Eletrobras (ELET3; ELET6) (Dado Galdieri/Bloomberg)
A precificação das ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) vai ocorrer nesta quinta-feira, 9.
A precificação faz parte do processo de privatização da Eletrobras, que envolverá uma oferta primária e secundária de ações ordinárias realizada simultaneamente no Brasil e no exterior.
A privatização da Eletrobras é a maior operação de venda de uma empresa pública desde 1998, quando foi privatizada a Telebras.
Também é a maior operação de capitalização de uma empresa brasileira desde 2010, quando ocorreu a mega-capitalização da Petrobras (PETR3).
A oferta primária será de 627,6 milhões de novas ações, podendo ser acrescentada de um lote suplementar de até 15% do total, ou 104,6 milhões de ações.
O governo não vai comprar novas ações da Eletrobras na oferta pública.
Com isso, a União, que hoje possui 51,82% das ações, além de cerca de 17% sob controle do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vai diminuir sua participação para cerca de 33%, conforme indicado no prospecto da operação.
Os coordenadores da privatização da Eletrobras são os bancos:
O valor da oferta será de R$ 35 bilhões, dos quais R$ 6 bilhões serão reservados para a compra de ações utilizando recursos do Fundo de Garantia para Tempo de Serviço (FGTS).
Por sua vez, a demanda já superou os R$ 55 bilhões, garantindo o sucesso da privatização. Desse montante, mais de R$ 9 bilhões vieram do FGTS.
As ações da Eletrobras começarão a ser negociadas na próxima segunda-feira, 14, quando será realizada a liquidação.
Por sua vez, os ADRs começarão a serem negociados na Bolsa de Valores de Nova York na sexta-feira.
Fontes de mercado indicam que o preço das ações está entre R$ 40 e R$ 42 por ação.
A oferta prioritária, feita aos atuais acionistas e para o varejo, é de cerca de R$ 8 bilhões.
Os atuais acionistas, empregados e aposentados da Eletrobras poderão reservar ações da Eletrobras antecipadamente.
Os investidores do varejo poderão entrar na privatização comprando ações diretamente, com um valor mínimo de alocação de R$ mil.
O Tribunal de Contas da União (TCU) exige que a haja um preço mínimo para a venda de ações de empresas que estão sendo privatizadas.
Entretanto, esse valor é sigiloso. E a privatização só ocorrerá caso os investidores sejam dispostos a pagar um valor superior ao previsto pelo TCU.
Muitos investidores internacionais e fundos de investimento internacionais manifestaram interesse em adquirir grandes quantias de ações da Eletrobras.
Entre eles, o fundo soberano de Cingapura (GIC) e o Canada Pension Plan Investment Board.
Esses "investidores-âncora" se comprometem na compra de grandes fatias de ações da Eletrobras, entre R$ 10 e R$ 14 bilhões, dependendo da precificação das ações.