Petrobras: conselheiros avaliam indicação de general Joaquim Silva e Luna para a presidência da empresa (Luiz Souza/NurPhoto/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 07h00.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2021 às 07h31.
As principais bolsas internacionais seguem em movimento de queda nesta terça-feira, 23, estendendo as perdas do início da semana, com investidores preocupados com a inflação americana. Na véspera, a bolsa Nasdaq teve o pior desempenho em quatro meses, caindo 2,46%.
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Com os rendimentos dos títulos americanos em alta, há temores de que o setor de tecnologia, formado especialmente por empresas de crescimento, seja um dos mais afetados por empréstimos mais caros. Nesta terça, as perdas se espalham para ações de empresas do setor listadas em outras bolsas, como as europeias.
No Brasil, a bolsa vem um pregão ainda mais sofrido. Com temores sobre a recente interferência do governo na Petrobras e sinalizações de que as ingerências não irão acabar tão cedo, o Ibovespa despencou 4,87% no último pregão - a maior queda desde abril de 2020.
Somente as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) caíram 21,4%. Mas o impacto também foi sentido em outras estatais, como o Banco do Brasil (BBAS3), que se desvalorizou 11,65%. Os papéis da Eletrobras (ELET3/ELET6) também chegaram a cair cerca de 10%, mas conseguiram recuperar parte das perdas ao longo da última sessão.
Após as fortes quedas, o mercado local pode retomar algum ímpeto comprador nesta terça, com parte dos investidores buscando por oportunidades. Por outro lado, o cenário externo não se mostra favorável a um repique no preço das ações brasileiras.
Uma possível recuperação das ações da Petrobras pode depender, hoje, do desfecho da reunião do conselho de administração da empresa, que terá como pauta obrigatória a indicação do presidente Jair Bolsonaro.
Embora a aceitação do general Joaquim Silva e Luna para assumir a empresa possa representar alguma incerteza a menos, também será a confirmação de um nome alheio ao setor petrolífero para assumir o mais alto cargo da estatal - o que é visto com maus olhos pelo mercado.
A CSN (CSNA3) voltou a apresentar resultados fortes em seu balanço do quarto trimestre, divulgado na noite de segunda-feira, 22. No período, a empresa registrou lucro líquido de 3,897 bilhões de reais, 243,6% maior que o registrado no quarto trimestre de 2019. O bom desempenho, segundo a empresa, se deu em função da alta dos preços de commodities como aço e minério de ferro.
Após o encerramento do pregão desta terça, será a vez do Pão de Açúcar (PCAR3) e Telefônica (VIVT4) apresentarem seus resultados do último trimestre.