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“Não há qualquer mudança”: Itaú reforça estratégia mesmo com desafios no cenário macro

Milton Maluhy indicou que eleições americanas e perspectiva fiscal do Brasil não devem impactar apetite de crédito do banco

Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco: banco teve lucro de R$ 10,6 bilhões no 3º trimestre (Flora Pimentel/Divulgação)

Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco: banco teve lucro de R$ 10,6 bilhões no 3º trimestre (Flora Pimentel/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 10h51.

Alta de juros no Brasil, risco fiscal e eleições americanas são alguns dos temas macroeconômicos que têm tirado o sono dos investidores nas últimas semanas. Nada disso, no entanto, preocupa o Itaú, maior banco da América Latina. 

Após apresentar lucro de R$ 10,6 bilhões no terceiro trimestre, o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, reforçou que o banco não está imune a “cenários disruptivos”, mas segue otimista para os próximos meses e mantém o foco no longo prazo.

“Não há qualquer mudança no apetite [a crédito] do banco. Continuamos vendo cenário benigno, com capacidade de crescer a carteira com qualidade”, afirmou o CEO a jornalistas durante coletiva realizada nesta manhã, 5. A carteira de crédito expandida do Itaú somou R$ 1,278 trilhão no terceiro trimestre deste ano – alta de 9,9%. 

Desafios do cenário macroeconômico

No exterior, a grande dúvida dos investidores é quem sairá vencedor das eleições americanas: a democrata Kamala Harris ou o republicano Donald Trump. Na avaliação de Maluhy, o resultado do pleito na maior economia do mundo pode ter implicações “bem diferentes”, em especial para os países emergentes como o Brasil.

“A política protecionista de Trump levaria a um dólar mais forte, o que significa mais pressão em inflação e ciclo de juros”, disse. O CEO reforçou, no entanto, que o cenário ainda está “empatado” e que é preciso aguardar os resultados. 

No Brasil, a expectativa é com o anúncio do corte de gastos por parte do governo. Maluhy citou o cancelamento da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa, como uma notícia de impacto para o mercado nesta semana pela especulação do tamanho dos cortes, mas reiterou que o foco do banco está no longo prazo. 

Maluhy reforçou ainda que a estabilidade fiscal é essencial para o controle da inflação e da Selic. “[Cenário de] juros alto não é bom para o banco. Preferimos juros mais baixos onde seja possível crescer a carteira com qualidade.”

Dividendo extraordinário

O CEO reforçou ainda que o Itaú está com uma base de capital “bastante sólida” que irá permitir o anúncio de dividendos extraordinários no resultado do quarto trimestre. “Podem esperar dividendo de magnitude maior do que foi declarado pago no ano passado”, afirmou.

Em sua última distribuição, referente ao de 2023, o Itaú pagou R$ 11 bilhões em dividendos extraordinários e R$ 4,3 bilhões em juros sobre capital próprio – montante três vezes superior ao que havia sido pago em 2022.

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