Usina de biodiesel: segundo Marcellini, os setores estratégicos para esse tipo de investimento são óleo e gás, energia renovável e logística. (Arquivo/EXAME)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2014 às 18h44.
Rio - Os investimentos em private equity devem aumentar sua participação até 15% nos próximos anos na carteira de investimentos da Funcef (fundo de previdência dos funcionários da Caixa Econômica Federal).
Hoje, o capital comprometido nesses ativos corresponde a 12% do patrimônio de R$ 55 bilhões do fundo, afirmou o diretor de Investimentos, Mauricio Marcellini.
O capital investido, por sua vez, responde por 9% do patrimônio.
Segundo Marcellini, os setores estratégicos para esse tipo de investimento são óleo e gás (o fundo detém 18% de participação na Sete Brasil, que constrói sondas de exploração em águas profundas e já tem demanda contratada para o pré-sal), energia renovável e logística.
Dos investimentos em private equity, cerca de 60% são voltados ao setor de infraestrutura.
O diretor da Funcef ainda afirmou que o fundo tem trabalhado para diversificar a carteira de ativos, tanto na renda fixa quanto na renda variável.
Mesmo em uma conjuntura de elevação de juros, Marcellini explicou que a estratégia da Funcef é buscar ativos atrelados a inflação e crescimento.
"Nossa estratégia não é de curto prazo, mas sim para dez anos. Por isso, estamos saindo de ativos atrelados a juros e buscando inflação e crescimento", avaliou, durante o Congresso da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Abvcap), no Rio.
"Apesar de estarmos numa situação conjuntural talvez não atrativa, dada as oportunidades na renda fixa, vemos grandes oportunidades no mercado de capitais e também no private equity", acrescentou.
Hoje, a renda fixa responde por cerca de 45% da carteira total de ativos da Funcef. Desta parcela, 5% dos ativos são remunerados por juros, 45% por inflação e 50% por crescimento. Os ativos atrelados a juros, contudo, já foram 60% da carteira de renda fixa.
"Uma taxa real de juros na casa de 6% ou 7% é insustentável no longo prazo", disse Marcellini.
Segundo ele, os juros reais devem permanecer no patamar de 6% nos próximos dois anos, para então retomar a trajetória de queda a partir de 2017, ficando entre 4% e 5%. "Toda tese para investir passa por queda da taxa real de juros", destacou.
Também na previsão da Funcef, o crescimento da economia brasileira deve ficar na casa de 2% em 2015 e 2016. "Depois, encontra trajetória de crescimento maior", disse.