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Eztec (EZTC3) é rebaixada por Goldman e lidera quedas do Ibovespa; Direcional (DIRR3) é elevada

Banco acredita que a lucratividade será um foco fundamental para os investidores das construtoras em 2024

Goldman Sachs revisou as perspectivas para as empresas do setor de construção (Germano Lüders/Exame)

Goldman Sachs revisou as perspectivas para as empresas do setor de construção (Germano Lüders/Exame)

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Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 15h57.

Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 16h18.

As construtoras estão com uma performance mista no Ibovespa desta quarta-feira, 13. Isso porque o Goldman Sachs revisou as perspectivas para o setor, fato que o levou a rebaixar a recomendação das ações da Eztec (EZTC3), de neutra para venda, e elevar a Direcional (DIRR3), de neutra para compra. O banco também atualizou suas projeções sobre a MRV (MRVE3) e a Cyrela (CYRE3).

Por volta das 15h45, os papéis das construtoras tinham o seguinte desempenho:

  • CYRE3: +1,12%
  • DIRR3: +2,20%
  • EZTC3: -4,05%
  • MRVE3: -0,52%

Em relatório, Jorel Guilloty, analista do Goldman, destaca que as revisões entre as construtoras são fundamentadas pelos resultados apresentados no terceiro trimestre junto ao fato de o foco dos investidores estar voltado para a lucratividade. Ele lembra que neste ano essas empresas tiveram desempenhos superiores ao índice Bovespa, com as margens brutas se recuperando e balanços fortalecidos. 

Além disso, o retorno do programa “Minha Casa, Minha Vida”, junto à desaceleração da inflação de custos de construção, são pontos favoráveis às companhias. “À medida que vários (embora não todos) riscos materiais diminuem para o setor, acreditamos que a lucratividade será um foco fundamental em 2024”, diz o analista.

Eztec (EZTC3): de neutra para venda

Entre as justificativas para o rebaixamento dos papéis EZTC3 está o fato de o retorno sobre patrimônio (ROE, na sigla em inglês) ser o mais baixo entre as companhias do setor cobertas pelo banco. “Acreditamos que isso persistirá, sendo impulsionado por margens brutas desafiadoras menores em relação ao histórico, que estão pesando sobre as margens líquidas.”

Além disso, o Goldman revisou as estimativas de receita e lucro bruto da Eztec para +2% e -4%, respectivamente. O preço-alvo das ações também foi cortado, saindo de R$ 20 para R$ 18.

Direcional (DIRR3): de neutra para compra

Guilloty escreve que um dos principais debates em torno da Direcional é o quanto há de espaço para o upside das ações. Segundo o analista, em uma base de cinco anos, as ações DIRR3 são as de melhor desempenho entre as construtoras cobertas pelo Goldman, com alta de 150% contra o restante do portfólio.

O banco americano ainda pontua que os papéis da construtora, hoje, são negociados a 1,4 vezes o P/BV de 2024. Isso, segundo o analista, está perto de um desvio de padrão acima da média histórica — fato que leva os investidores a acreditarem que as ações estão caras ou muito valorizadas.

“Acreditamos, no entanto, que as ações da Direcional podem ser reavaliadas tendo em vista as perspectivas de melhoria do ROE, já que o indicador pode aumentar de 20% em 2023 para 22,5% no próximo ano, o maior ROE em nossa cobertura.” Além de elevar a recomendação das ações de neutra para compra, o banco ainda revisou para cima o preço-alvo de R$ 23 para R$ 26.

Cyrela (CYRE3) sem mudanças; MRV (MRVE3) com preço cortado

Em relação às outras duas construtoras cobertas pelo Goldman, a Cyrela teve as estimativas de lucro e receitas elevadas. “Reiteramos nossa recomendação de compra na CYRE3, que também deve ver seu ROE crescendo [no próximo ano]”, diz o analista. O preço-alvo da companhia se manteve a R$ 28.

Sobre a MRV, as estimativas do banco quanto à receita e ao lucro da companhia para até 2025 tiveram um aumento de aproximadamente 2%. Isso porque as estimativas de vendas e lançamentos permanecem praticamente inalteradas. O preço-alvo das ações MRVE3 foram cortadas de R$ 12 para R$ 11. “Atualmente, aplicamos um desconto de aproximadamente 15% para o valor patrimonial líquido (NAV, na sigla em inglês) do terceiro trimestre de 2024.”

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