Bolsa de Nova York: é cedo para prever se a queda será um movimento de curta duração – ou o início de uma desvalorização mais acentuada dos mercados (Brendan McDermid/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 11h48.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2018 às 15h44.
A desvalorização das bolsas mundiais era esperada, mas a magnitude da queda foi uma surpresa, diz André Jakurski, sócio da gestora carioca JGP e um dos fundadores do banco Pactual. Para ele, o “mini-crash” foi provocado pelo excesso de especulação.
“Os investimentos mais arriscados são feitos quando os fundamentos são bons. Isso deixa os investidores mais confortáveis. Mas, quando começam os problemas, as perdas podem ser relevantes.”
É cedo para prever se a queda será um movimento de curta duração – ou o início de uma desvalorização mais acentuada dos mercados.
“Ainda que não haja evidências de um mal maior na economia, já que a maioria das regiões do planeta está crescendo, sabemos, pela história recente, como problemas no mercado financeiro podem prejudicar a economia”, diz Jakurski.
Ele se refere às duas últimas crises americanas – a de 2008, provocada pelo colapso do mercado imobiliário, e a de 2001, quando estourou a bolha das empresas de tecnologia. “O rabo abanou o cachorro e podemos viver isso novamente.”
“Se a desvalorização durar alguns dias, o mercado pode voltar a subir e os efeitos serão limitados. Mas, se durar mais tempo, pode virar uma bola de neve. O humor dos investidores pode mudar rapidamente”, afirma o gestor.
Para ele, a reação da bolsa brasileira foi exemplar – ao menos, por enquanto. “O Brasil sofreu o contágio, claro, mas os investidores estrangeiros mostraram que, até agora, continuam acreditando no potencial do mercado local.”