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Dólar tem leves variações ante real antes da posse de Trump

Morte do relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, também estava no radar, diante das incertezas que cercam o futuro da operação

Donald Trump: maior temor dos investidores é que Trump adote de fato uma política econômica inflacionária e protecionista (Mike Segar/Reuters)

Donald Trump: maior temor dos investidores é que Trump adote de fato uma política econômica inflacionária e protecionista (Mike Segar/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de janeiro de 2017 às 10h32.

São Paulo - O dólar operava com leves variações ante o real nesta sexta-feira, com a expectativa pela posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, trazendo cautela aos investidores e enxugando um pouco o volume de negócios.

A morte do relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, também estava no radar, diante das incertezas que cercam o futuro da operação.

Às 10:23, o dólar avançava 0,01 por cento, a 3,2006 reais na venda, depois de ter cedido 0,58 por cento na véspera. O dólar futuro tinha leve alta de 0,05 por cento.

"O mercado, de um modo geral, estava bem calmo, mas não descarto algum movimento defensivo mais perto da hora da posse de Trump (15:00, horário de Brasília)", comentou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Tump está pronto para começar a implementar ações executivas no seu primeiro dia na Casa Branca, para avançar rapidamente com as suas promessas de reprimir imigração, construir um muro na fronteira entre Estados Unidos e México e reverter políticas do presidente Barack Obama.

O maior temor dos investidores é que Trump adote de fato uma política econômica inflacionária e protecionista, o que poderia obrigar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a elevar ainda mais os juros. Se isso se concretizar, recursos aplicados em outras praças, como a brasileira, podem migrar para os Estados Unidos em busca de rendimentos maiores.

No exterior, o dólar tinha leve alta ante uma cesta de moedas e algumas divisas de emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Internamente, a morte de Zavascki criou grandes incertezas sobre o futuro da operação Lava Jato, sobretudo no que se refere ao substituto que dará andamento à operação no STF.

A expectativa era de que o ministro decidisse em fevereiro se homologaria ou não o acordo de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht. O acordo é apontado como tendo potencial explosivo para boa parte da classe política que teve o nome citado pelos executivos da empreiteira.

"A leitura é de que traz um componente de especulação, pode alterar o rumo das investigações e isso não é bom para a credibilidade. Vai fazer preço nos ativos em algum momento", afirmou Silva.

O Banco Central brasileiro realiza novo leilão de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- com oferta de até 15 mil contratos para rolagem do vencimento de fevereiro.

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