Ex-executivos da Americanas são alvo da Polícia Federal (Leandro Fonseca/Exame)
Redatora
Publicado em 31 de outubro de 2024 às 20h40.
A Americanas anunciou nesta quinta-feira, 31, que realizará uma assembleia-geral extraordinária no dia 11 de dezembro, em que acionistas decidirão sobre a abertura de processos judiciais contra ex-executivos acusados de participação no esquema de fraude contábil bilionária revelado em janeiro do ano passado. A medida foi aprovada pela diretoria e pelo Conselho de Administração da varejista.
A decisão ocorre após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concluir a primeira fase das investigações sobre o caso, acusando oito ex-gestores da Americanas de insider trading, ou seja, uso de informações privilegiadas para benefício próprio.
O prejuízo gerado à companhia é estimado em R$ 25,7 bilhões, e a empresa busca agora responsabilização civil dos envolvidos.
Entre os acusados pela CVM estão quatro ex-diretores estatutários, incluindo o ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-chefe da operação digital Anna Christina Ramos Saicali, além dos diretores Márcio Cruz Meirelles e José Timótheo de Barros.
A assembleia discutirá ainda a aprovação de contas e alterações no estatuto da companhia.
A fraude, revelada em 2023 durante a rápida passagem de Sergio Rial como CEO, resultou na recuperação judicial da Americanas e em uma série de investigações, incluindo a Operação Disclosure, conduzida pela Polícia Federal. Apesar de investigados, os ex-executivos ainda não foram formalmente indiciados pela PF.
Em comunicado, a Americanas informou que as evidências colhidas pelo comitê independente criado para apurar o caso confirmam as descobertas das autoridades. A empresa ainda se declarou "a maior interessada" no esclarecimento do caso e afirmou que busca ressarcimento pelos danos financeiros e de imagem causados pelo esquema.