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Ações do McDonald’s caem após surto de bactéria nos Estados Unidos

O surto de E. coli resultou em 10 hospitalizações e uma morte, levando a mudanças temporárias no menu da rede de fast food

Ações da McDonald’s caíram 7% após o CDC vincular o surto de E. coli ao quarteirão, levando a mudanças temporárias no cardápio em várias regiões dos EUA.

Ações da McDonald’s caíram 7% após o CDC vincular o surto de E. coli ao quarteirão, levando a mudanças temporárias no cardápio em várias regiões dos EUA.

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Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 23 de outubro de 2024 às 06h04.

Última atualização em 23 de outubro de 2024 às 07h00.

As ações do McDonald’s caíram 7% no pregão estendido na terça-feira, 22, após o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos anunciar que um surto de E. coli foi relacionado aos hambúrgueres da rede. Segundo o CDC, o surto resultou em 49 casos em 10 estados entre 27 de setembro e 11 de outubro, com a maioria das infecções ocorrendo no Colorado e Nebraska. Entre os afetados, de acordo com a CNBC, 10 foram hospitalizados e uma pessoa, um idoso no Colorado, faleceu devido às complicações da infecção.

De acordo com o CDC, "a maioria" das pessoas doentes relatou ter consumido um sanduíche do tipo quarteirão, do McDonald’s, antes de adoecer. Um dos pacientes desenvolveu síndrome hemolítica urêmica, uma condição grave que pode causar falência renal.

Surto de E. coli e a resposta do McDonald’s

Em resposta à crise, o McDonald’s emitiu um comunicado afirmando que está tomando "ações rápidas e decisivas" para mitigar os impactos do surto. A empresa afirmou que as investigações iniciais sugerem que as doenças podem estar ligadas às cebolas fatiadas utilizadas nos hambúrgueres quarteirão, fornecidas por um único distribuidor que atende três centros de distribuição da rede.

Para evitar que o surto se espalhe, o McDonald’s ordenou a remoção imediata de todas as cebolas fatiadas das suas unidades nos estados afetados e suspendeu a distribuição desse ingrediente na área. Como consequência, o quarteirão foi temporariamente retirado do cardápio em vários estados do oeste dos EUA, incluindo Colorado, Kansas, Utah e Wyoming, além de partes de outros estados. A empresa informou que está trabalhando com seus fornecedores para reabastecer os ingredientes necessários e retornar o item ao cardápio assim que possível.

O presidente do McDonald’s nos EUA, Joe Erlinger, afirmou que a maioria dos estados e itens do cardápio não foram afetados pelo surto. Ele destacou que outros produtos de carne bovina da rede, como cheeseburgers, Big Mac e McDouble, utilizam outro tipo de cebola, que não está relacionada ao surto.

Impacto no mercado

O impacto do surto no mercado foi imediato. As ações do McDonald’s, uma das maiores redes de fast food do mundo, sofreram uma queda significativa, refletindo a preocupação dos investidores com os efeitos do surto sobre a reputação da empresa e suas operações financeiras. O quarteirão, item central do cardápio do McDonald’s, gera bilhões de dólares em receita anualmente, e qualquer interrupção prolongada na venda desse produto pode afetar significativamente os resultados da empresa.

Além disso, o CDC alertou que o número de pessoas afetadas pelo surto de E. coli provavelmente é maior do que o relatado até o momento. Isso ocorre porque muitas pessoas se recuperam de uma infecção por E. coli sem procurar assistência médica ou realizar testes. O CDC também observou que, geralmente, leva de três a quatro semanas para que seja possível determinar se um paciente faz parte de um surto.

O que é a infecção por E. coli?

A E. coli é um grupo de bactérias que vive naturalmente no intestino de humanos e animais. Embora muitas cepas sejam inofensivas, algumas podem causar infecções graves, especialmente quando transmitidas por alimentos ou água contaminados. Os sintomas de uma infecção por E. coli incluem cólicas abdominais, diarreia e vômitos, que geralmente começam de três a quatro dias após a ingestão da bactéria. Na maioria dos casos, as pessoas se recuperam sem a necessidade de tratamento em até uma semana. No entanto, em casos mais graves, como o da síndrome hemolítica urêmica, a infecção pode causar complicações que afetam os rins e outros órgãos.

O McDonald’s, que já enfrentou incidentes semelhantes no passado, está agora sob intensa vigilância para garantir que todos os problemas relacionados ao surto sejam resolvidos rapidamente e que as práticas de segurança alimentar sejam revisadas e reforçadas.

Histórico de problemas no McDonald’s

Essa não é a primeira vez que o McDonald’s enfrenta desafios do tipo. Em 2022, pelo menos seis crianças no Alabama desenvolveram sintomas consistentes com intoxicação por E. coli após consumirem Chicken McNuggets no McLanche Feliz. Quatro delas foram hospitalizadas com sintomas graves. Esses casos anteriores, combinados com o surto atual, ressaltam a importância de uma supervisão rigorosa na cadeia de fornecimento e na manipulação de alimentos, especialmente em uma empresa do porte do McDonald’s, que serve milhões de clientes diariamente em todo o mundo.

À medida que o surto continua sendo investigado, o McDonald’s está trabalhando em estreita colaboração com as autoridades de saúde para garantir que todas as medidas necessárias sejam tomadas para proteger seus clientes e funcionários. A empresa se comprometeu a fazer alterações em seus processos de fornecimento e a melhorar seus controles de qualidade para evitar incidentes futuros.

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