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Via inaugura full commerce com Mallory: tacada para expandir marketplace

Solução fortalece operação digital do cliente e, ao mesmo tempo, a atratividade do marketplace da Via

Via: 250 mil metros quadrados em centros de distribuição para logística mar aberto (Leandro Fonseca/Exame)
Via: 250 mil metros quadrados em centros de distribuição para logística mar aberto (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 22 de abril de 2022 às 15:35.

Última atualização em 22 de abril de 2022 às 21:50.

A Via, por meio da logtech adquirida em janeiro CNT, inaugurou uma nova frente de negócios que é de logística ‘as a service’ mar aberto. Traduzindo toda essa chuva de expressões contemporâneas significa que a Via agora tem um braço que faz a logística e a gestão da distribuição das vendas para clientes do 3P, os vendedores que ficam no marketplace da companhia, mas cuidando não apenas dos pedidos feitos na sua plataforma e sim de todas. A Via, com a CNT, assume todas as necessidades de clientes para e-commerce de forma geral. A fabricante de eletroportáteis Mallory é a primeira cliente.

Esse serviço é o que a CNT chama de ‘full-comerce” — que vai além do fullfilment, quando a Via cuida da logística total do que o cliente vende na sua plataforma. “É uma solução com um perfil totalmente aderente à indústria”, explica Vinícius Albuquerque, que está à frente da CNT, em entrevista exclusiva ao EXAME IN. O pacote inclui planejamento do e-commerce, criação, operação, gestão, atendimento, segurança digital, análise de resultados, vendas e entregas com foco no consumidor para melhorar a recorrência e o NPS da companhia cliente — o que traz como consequência os mesmos benefícios para a Via.

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A Mallory é um exemplo perfeito para explicar a fala do executivo. Com produção no Nordeste, a companhia enfrenta desafios para fazer sua distribuição no Sul e Sudeste do país, o que faz o tempo de entrega e o custo de distribuição ficarem elevados o suficiente para serem encarados como uma desvantagem competitiva.

Com a CNT, a Via assume todo o e-commerce da companhia e a meta é ampliar a capilaridade e, com isso, as vendas do cliente. A logística as service vai centralizar o inventário da empresa e entregar o que a Mallory vender inclusive nas concorrentes da Via, como Magazine Luiza e Mercado Livre, entre outros. “É uma operação agnóstica, que posiciona a Via com um diferencial em relação aos seus concorrentes, que não operam no mar aberto”, enfatiza o executivo. “No lugar de ter um inventário para cada plataforma na qual a companhia está presente, isso ficará centralizado aqui, o que vai reduzir o custo e aumentar a eficiência de entrega da empresa.”

De acordo com Albuquerque, três meses após dar a largada na oferta dessas soluções, a Via já tem mapeados 500 interessados no serviço de fullfilment, dos quais 10% desse total consideram a solução completa de full commerce.  A expectativa é que dentro alguns anos a CNT tenha aos seus cuidados um GMV bilionário — importante explicar que isso é GMV dos clientes, sendo que apenas parte é da Via, uma vez que a operação cuidará do e-commerce de forma geral.

O objetivo dessa solução é fortalecer o ecossistema da Via, mas o executivo explica que é também um negócio que traz uma receita e uma margem extra à companhia. Nesse primeiro momento (2022), a Via vai dedicar 250 mil metros quadrados de sua capacidade em centros de distribuição espalhados pelo Brasil, de um total de 1,5 milhão. O plano é, no futuro, colocar as lojas — na função de hub — também nesse pacote, onde há outro 1,5 milhão de metros quadrados de espaço. A ideia é usar toda a malha e capacidade da Via. Toda a estrutura que serve ao 1P da companhia (produtos vendidos pela própria Via) serviá ao cliente, inclusive, por exemplo, o espaço nos caminhões que se espalham de Norte a Sul do Brasil.

“Esse é um serviço que fomenta o GMV do cliente de forma mais ampla, pois facilita a multicanalidade, sem que a empresa onere tanto capital com múltiplos inventários.” Embora o serviço faça muito sentido para a indústria, que está acostumada a cuidar do abastecimento B2B, também pode ser aplicado para outros varejos que ainda não estão totalmente digitalizados e estabelecidos no conceito de omnicanalidade.

Depois de investimentos em tecnologia, a Via acelerou seu posicionamento como marketplace em 2021, quando agregou a sua plataforma mais de 100 mil sellers — o que fez o ano passado terminar com um total de 130 mil (Magazine Luiza, por exemplo, tem 160 sellers em sua plataforma). No ano passado, a companhia fez um total de vendas (GMV) superior a R$ 44 bilhões e, desse volume, mais de 56% foram vendas online (própria e de terceiros). O GMV apenas dos sellers alcançou quase R$ 6,5 bilhões, praticamente o dobro de 2020.

Quando a CNT foi adquirida, o negócio já tinha resultados positivos. Entretanto, mais do que ser rentável por si só (e a operação precisa ser), essa nova função quer ampliar a atratividade da Via como marketplace, o que vai ampliar a diversificação de vendedores na plataforma e a variedade de produtos. Tudo isso, é claro, para ampliar a recorrência do usuário na plataforma. A Via terminou 2021 com mais de 41 milhões de SKUs disponíveis no marketplace. "Nosso lema aqui é vender de alfinete à foguete", descontrai Albuquerque, para dar a dimensão da variedade de sortimento que a empresa quer oferecer aos consumidores.

 

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