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Bebidas

Coca-Cola: a hora e a vez do pequeno varejo e do Brasil dentro do gigante

Dona de 24 marcas no Brasil, multinacional cria campanha para ajudar pequeno varejo a se digitalizar e a voltar ao mercado no pós-pandemia

Coca-Cola: Brasil emerge com força dentro do sistema do grupo, de acordo com presidente para a América Latina (SOPA Images/Getty Images)
Coca-Cola: Brasil emerge com força dentro do sistema do grupo, de acordo com presidente para a América Latina (SOPA Images/Getty Images)

Publicado em 1 de dezembro de 2021 às 12:17.

Última atualização em 2 de dezembro de 2021 às 19:53.

A pandemia não promoveu apenas a digitalização no Brasil. Avaliar o que isso significa em um país continental traz uma conclusão especial. Nunca antes o pequeno varejo, ou seja, o pequeno empreendedor foi tão importante. Todas as indústrias, mas em especial a de consumo, estão colocando esse cliente no centro das atenções, pois só assim o consumidor final também será bem atendido. A Coca-Cola não poderia ficar de fora desse movimento.

O gigante internacional, que no terceiro trimestre de 2021 teve receita líquida superior a US$ 10 bilhões, acaba de lançar uma campanha para colocar esse varejo nesse centro de relevância: “A Coca-Cola dá um gás no seu negócio”. Com 136 anos de história e há mais de 80 presente no Brasil, a empresa é que atende o maior número de pontos de venda no país: 1 milhão. Em toda a América Latina, são 4 milhões de pontos. O esforço será válido para toda a região.

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Boa parte do conteúdo está no formato de vídeo, que facilita o acesso a diversos públicos. A ideia também é alimentar essa ferramenta com um diálogo entre empresários e agentes externos que auxiliam esse empreendedor.

Em sua primeira entrevista desde que assumiu a liderança para a América Latina em outubro do ano passado, Henrique Braun, conta com exclusividade ao EXAME IN  que quase 70% dos pontos que vendem os produtos da empresa no país são do pequeno e do médio empreendedor.

A plataforma que foi colocada no ar é repleta de conteúdos didáticos para ensinar esse empresário a se digitalizar e também a acessar crédito, de forma a ter uma operação mais eficiente. Esse varejo foi justamente o que mais sofreu na pandemia, como destaca o próprio Braun. Foi o segmento com maior número de fechamentos de operação. Não é por acaso o esforço da empresa, portanto. O objetivo é atender clientes e não clientes e auxiliar também o empreendedor a retomar seu negócio ou até começar um novo.

No consolidado global, a receita líquida da Coca-Cola, uma empresa de bebidas que só aqui no país opera 24 marcas, cresceu 16% na comparação anual — quase 6% mais do que em 2019.

Para esse desempenho ser possível, a recuperação na América Latina, com destaque para o Brasil, foi fundamental. A receita líquida na região teve uma expansão de 42% na comparação anual — 8% a mais em volume, com uma evolução entre preço e mix da ordem de 23%. Com isso, o lucro operacional teve alta de 48%. A receita regional e o lucro, em termos absolutos, não são divulgados pelo grupo. “Mas a região é muito importante. Dos quatro maiores mercados, dois deles estão aqui”, diz Braun.

Coca-Cola Henrique

Henrique Braun, presidente da Coca-Coca para América Latina: quase 70% dos pontos atendidos pela empresa no Brasil são de pequenos empreendedores (Zô Guimarães/Divulgação)

Depois dos Estados Unidos, a maior operação está no México, seguida pela China e, na sequência, pelo Brasil. “Podemos falar sem sombra de dúvidas que o Brasil está emergindo com muita força no sistema Coca-Cola como um país de grande importância.” Embora não detalhe nenhum dado, a companhia afirma que na América Latina o consumo fora de casa vem crescendo sequencialmente e teve expansão sobre 2019 e também ante o segundo trimestre.

Aqui, ao longo dos anos, a companhia que nasceu como uma operação de refrigerantes, tem um portfólio bastante amplo, que vai da água, passa por bebidas de proteína e vai até chás e sucos. Estão sob o seu guarda-chuva, os refrigerantes Fanta, Sprite, o guaraná Kuat, a tônica Schweppes, a marca de água Crystal, os chás da Leão, a Verde Campo e a Ades, entre outras — são 260 produtos. Essa última marca dá a chance de a companhia também se beneficiar da expansão do mercado e bebidas saudáveis, como a mais nova febre global, o leite de amêndoas.

Braun explica que toda essa inserção do pequeno varejo no universo digital também envolve a própria Coca-Cola e aumenta a eficiência do negócio. Hoje a produção é totalmente controlada, desde a fábrica, por uma espécie de “torre de pedido”, na qual é feita a gestão da fabricação até a organização do pedido para entrega com o que o cliente solicitou.

Com 36 fábricas no Brasil e mais de 56,5 mil funcionários, o grupo investiu uma média de R$ 3 bilhões ao ano, nos últimos quatro anos — sendo que pouco mais da metade disso foi para acelerar a estratégia “Mundo sem resíduos”. Atualmente, 25% do volume de vendas é em garrafa retornáveis. No ano passado, mesmo com a pandemia, houve um aumento de 8% no volume de venda de embalagens retornáveis ou 26 milhões de unidades a mais.

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