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EUA desenvolvem painel que envia energia solar do espaço para qualquer lugar da Terra

O painel usa a luz do espaço que não chega até a atmosfera para se energizar, o que torna sua luz mais poderosa do que a do Sol

Energia solar: retorno de investimento chega a ser em média 25% ao ano (Sean Gallup/Getty Images)

Energia solar: retorno de investimento chega a ser em média 25% ao ano (Sean Gallup/Getty Images)

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Laura Pancini

Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 10h05.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2021 às 11h35.

Um time de cientistas que trabalha para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos testou e obteve sucesso em um protótipo de painel solar que pode possivelmente no futuro enviar eletricidade do espaço para qualquer lugar da Terra.

O painel, conhecido como Módulo de Antena de Radiofrequência Fotovoltaica (PRAM), teve seu primeiro lançamento em maio de 2020. Ele, que tem o tamanho de uma caixa de pizza, foi acoplado a um drone não tripulado, também desenvolvido pela agência americana e que faz um loop da Terra a cada 90 minutos.

O PRAM usa a luz do espaço que não chega até a atmosfera para se energizar. Ele coleta energia das ondas azuis, que se difundem ao entrar na atmosfera e dão a característica azulada ao céu, o que o torna mais poderoso do que a própria luz do Sol. "Estamos recebendo uma tonelada de luz solar extra no espaço apenas por causa disso", disse Paul Jaffe, um dos co-desenvolvedores do projeto, à CNN.

Por enquanto, a energia ainda não voltou para a Terra, mas os cientistas afirmam que a tecnologia funciona. Para conseguir enviar eletricidade para qualquer parte do planeta, é necessário desenvolver antenas solares espaciais imensas que converteriam microondas em eletricidade sem combustível.

Além disso, ainda é necessário testar o envio de energia para a Terra. Os painéis teriam que saber a localização exata de envio para não correr o risco de enviarem a região errada. Para isso, os cientistas usariam uma técnica chamada "controle retro-diretivo do feixe", que envia um sinal do destino até os painéis no espaço para garantir precisão.

"A vantagem única dos satélites de energia solar sobre qualquer outra fonte de energia é a transmissibilidade global. Você pode enviar energia para Chicago e uma fração de segundo depois, se precisar, enviar para Londres ou Brasília", disse Jaffe. Isso também quer dizer que regiões propensas a desastre, como a nevasca que deixou milhões sem luz no estado do Texas, poderiam receber energia de forma imediata e sem depender de infraestrutura física.

A expectativa é que, no futuro, o PRAM seja composto de uma dezena de painéis. Atualmente ele só conta com um, capaz de produzir cerca de 10 watts de energia, mas o fator econômico pode ser um desafio para a expansão. Jaffe comenta que construir hardwares para o espaço não é nada barato, mas que os custos vêm diminuindo nos últimos 10 anos.

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