(EDUARD MUZHEVSKYI / SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)
Especialista em criptoativos
Publicado em 16 de junho de 2024 às 11h05.
Os ciclos de valorização das criptomoedas são alimentados por narrativas. Vimos este ano a apreciação do bitcoin impulsionada pelo halving e pelo lançamento dos ETFs à vista. Estes instrumentos regulados e negociados em bolsa também foram motivadores da alta recente do ether, que teve seus ETFs à vista aprovados pela SEC, embora ainda sem data de estreia.
A aprovação não apenas causou um aumento do preço da cripto nativa da ethereum, como também de outros ativos do ecossistema da rede como um todo.
Narrativas são essas temáticas de temporada, que geram uma comoção coletiva no mercado e estimulam a valorização das criptomoedas.
Atualmente, assuntos como a inteligência artificial e a tokenização de ativos do mundo real, (Real World Assets ou RWA) estão na crista da onda.
Com o verão das altcoins se aproximando, criptos desses segmentos tendem a um ótimo potencial de multiplicação, podendo até ter desempenhos explosivos.
Nesta coluna, apresento a vocês quatro projetos que exploram essas narrativas e podem surpreender no novo ciclo de alta. São iniciativas, inclusive, nas quais estou investindo. Mas atenção: isso não significa que sejam indicações de investimento. O propósito aqui é educativo. Faça a sua própria pesquisa para tomar decisões.
Antes de mostrar os projetos, quero reforçar a necessidade de entendermos que o mercado cripto é feito de ciclos. A altcoin season ou altseason é o período do ciclo de alta (bull run) em que as criptomoedas alternativas ao bitcoin atingem valorizações expressivas.
No momento atual, estamos vivenciando a temporada do bitcoin, como conseguimos entender através do gráfico abaixo do Blockchain Center.
Percebam à direita do gráfico o número 18 destacado em preto. Também estão destacados, só que em azul, as expressões “Altcoin Season” e o “Bitcoin Season”. É considerada Altcoin Season sempre que o indicador estiver igual ou acima de 75. Isso significa que 75% ou mais das altcoins estarão performando melhor que o bitcoin.
No momento em que escrevo, estamos em meio a uma Bitcoin Season, com apenas 18% das altcoins performando melhor que o bitcoin. Por isso, vemos o bitcoin oscilar mais, enquanto as altcoins não se movem tanto. Nota: na análise, o indicador considera apenas altcoins posicionadas entre as 50 primeiras do ranking das criptomoedas.
Se ampliarmos a linha do tempo do gráfico, podemos detectar que, nos últimos seis anos, estivemos poucas vezes abaixo de 25% como agora.
O que isso nos leva a acreditar? Que veremos uma grande alta nos preços das altcoins quando tivermos uma retomada do gráfico em direção à Altcoin Season. Vimos isso acontecer, por exemplo, em janeiro de 2024, agosto de 2022 e abril de 2021.
No momento atual, notamos uma tendência de queda das altcoins. Isso explica por que muitos lançamentos de tokens na criptoesfera não têm tido tanta força. No entanto, ainda acredito que as altcoins vão performar muito bem neste ciclo.
Ao entendermos mais claramente quando a altseason está para acontecer, devemos começar a nos posicionar em altcoins.
Agora, vamos aos quatro projetos que estou observando:
A Aethir utiliza uma rede descentralizada de GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) para fornecer serviços de computação em nuvem de alta performance para jogos e inteligência artificial. Essa infraestrutura descentralizada é projetada para ser mais econômica e eficiente do que as soluções centralizadas tradicionais.
O projeto tem como parceiros grandes players do mercado cripto, como a Animoca Brands, líder no setor de jogos e blockchain. Em março deste ano, comercializou licenças para que pessoas pudessem rodar um node e teve um resultado histórico, arrecadando US$ 120 milhões em vendas.
Um "node" ou nó em português indica um computador que faz parte da rede de uma criptomoeda. Esses computadores são essenciais para manter a rede segura, validar transações e garantir que todos os participantes estejam na mesma página. Em troca, quem roda um node ganha recompensa pelo serviço prestado.
É uma plataforma SportFi que explora a narrativa dos Real World Assets (RWA) no mundo dos esportes. O objetivo é aproximar atletas de seus fãs, gerando benefícios a ambos, além de federações, ligas e clubes.
Dentro da proposta da Legend, estão, por exemplo, uma “fábrica” de troféus, medalhas e certificados digitais de esportes. Há também um marketplace, no qual os atletas exibem suas conquistas e descolam novas fontes de receita, enquanto os fãs podem interagir mais com seus esportistas preferidos via colecionáveis e clube de benefícios, além de poderem faturar com a evolução de suas carreiras.
É uma área que particularmente me interessa, já até montei um negócio nesse mercado. Fui um dos fundadores de uma empresa de tokenização que recebeu um aporte de US$ 30 milhões do Kinea, braço de investimentos do Itaú, e foi responsável pela tokenização de clubes como o Cruzeiro e o Coritiba.
Agora, voltando à Legend, o projeto já conta com a adesão de mais de 65 mil atletas e alcança mais de um milhão de fãs no mundo inteiro.
O projeto explora o conceito de RWA e gamificação como trunfos para transformar o mercado de fidelização.
As marcas têm se beneficiado da blockchain para turbinar a construção e engajamento de comunidades, com a geração de programas de fidelidade mais estratégicos e que colocam os consumidores no controle de seus pontos, benefícios e recompensas.
De acordo com dados da consultoria Allied Market Research, o mercado global de fidelização deve alcançar US$ 44 bilhões em 2032. Graças a tecnologias como a blockchain, o crescimento do setor vem ganhando mais força nos últimos anos.
A Lingo chega para melhorar a experiência dos consumidores com as marcas através de programas de pontos que podem ser trocados por recompensas no mundo real. De acordo com informações do site, eles já promovem recompensas relacionadas a mais de 3 mil marcas em 80 países.
O time por trás do projeto é bastante experiente, um aspecto super importante de analisar na hora de estudar uma criptomoeda. Estão reunidos na Lingo executivos que vieram de gigantes como Consensys, Google, Microsoft e Binance.
Tem também um airdrop no horizonte, fiquem atentos. Para quem quiser participar, tiver tempo e disposição, as informações estão no site do projeto.
Allora é um projeto focado em inteligência artificial descentralizada. É uma rede de IA que se aprimora sozinha, usando uma combinação de tecnologias avançadas, como mecanismos de crowdsourcing e zkLM, ou Zero-Knowledge Machine Learning, para tornar as aplicações mais inteligentes e seguras.
A rede reúne vários modelos de machine learning que aprendem e melhoram juntos. As pessoas são incentivadas a criar seus próprios modelos, a colaborar e aprender uns com os outros, o que ajuda a garantir uma melhoria contínua de desempenho.
Por causa do hype, vemos por aí muitos projetos que se autointitulam de IA, mas poucos trazem soluções concretas de fato. Acredito que a proposta da Allora pode realmente agregar valor ao ecossistema, por isso entrei também como investidor.
O projeto também conta com o apoio de investidores gigantes, como Polychain, Framework, Blockchain Capital e CoinFund.
Finalizo por aqui, então, minha lista com as quatro iniciativas que mais chamam a minha atenção neste momento. A identificação de projetos promissores antes da maioria é uma forma inteligente de conseguir rendimentos muito mais interessantes. Os que citei têm grande potencial para se destacar no ciclo, porém é essencial fazer sua própria pesquisa, entender os riscos envolvidos e tomar decisões informadas.
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