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Após nova queda e menor preço em dois meses, para onde vai o bitcoin?

Essa é a pergunta que está intrigando todo o mercado! Entenda o cenário atual, se os indícios apontam alta ou baixa e como agir nessa hora

Bitcoin e outras criptomoedas acumulam perdas na semana (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin e outras criptomoedas acumulam perdas na semana (Reprodução/Reprodução)

Felippe Percigo
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 20 de agosto de 2023 às 15h15.

Quem está tentando descobrir para onde vai o bitcoin tem tido bastante dificuldade nos últimos tempos. A cripto começou 2023 com forte valorização e o mercado logo se entusiasmou, chovendo a pergunta: “agora é lua”?.

Não era. A maré baixou e, lá pelo meio de abril, a esperança reacendeu ao surgir um novo rali que trouxe a máxima do ano até então, pouco acima dos US$ 31 mil. Novas quedas e recuperações vieram, também uma nova máxima, e nos últimos 30 dias (contados no momento em que escrevo) uma lateralização chata, que foi finalmente “perturbada” esta semana pelo Fed e pela crise imobiliária na China, virando mais queda. O BC americano disse não descartar um novo aumento dos juros em setembro.

Nesse movimento, em geral, notamos que nem a força compradora nem a vendedora estão tão robustas para provocar saltos ou tombos mais significativos, instalando um período de baixa volatilidade no mercado. Essa pouca flutuação, no entanto, é um indício de que podemos esperar, a qualquer momento, uma explosão para um dos lados.

Já que estamos falando sobre dinâmicas, precisamos entender que o mercado é regido por oferta e demanda, ou seja, é sobre o quanto as pessoas querem comprar e o quanto elas querem vender. A situação atual mostra uma indefinição nesse sentido. Na minha visão, parece que quem ia comprar já comprou e quem ia vender já vendeu.

Além de monitorar a volatilidade para entender o rumo do bitcoin, podemos combiná-la à análise gráfica, que nos oferece padrões indicativos da direção do movimento. O padrão dominante no gráfico atual é o de uma cunha descendente que, como dizem os especialistas em análise gráfica, “rompe para cima”, indicando subida de preço.

Outros fatores essenciais a que devemos estar atentos são o desempenho do mercado de capitais internacional e as taxas de juros, em especial nos Estados Unidos, capazes de influenciar de forma expressiva globalmente.

E o que isso tem exatamente a ver com o seu dinheiro?

O mercado cripto é conhecido por seu alto nível de risco. Com as incertezas macroeconômicas, as pessoas ficam receosas e preferem retirar o dinheiro do mercado para colocar no bolso, ou seja, elas cedem ao nervosismo e vendem seus ativos, como ações, renda fixa e suas criptomoedas.

Quem não se lembra do auge da crise da pandemia de Covid-19? As pessoas começaram a se desfazer massivamente dos ativos, que entraram em queda livre. Isso pode acontecer de novo ou, quem sabe, o contrário, role uma nova onda de euforia, na qual vamos observar grandes valorizações. Só temos certeza de uma coisa: que não podemos ter certeza de nada!

Agora, na minha opinião, apesar do marasmo em geral, consigo enxergar coisas boas vindo por aí.

Vimos recentemente o PayPal criando uma stablecoin, a PYUSD, para facilitar as transações entre os usuários do serviço. Lembrando que stablecoins são moedas atreladas a ativos considerados estáveis e, neste caso, a PYUSD está vinculada ao dólar. Cada stablecoin deve equivaler a US$ 1.

Ainda que a moeda estável do PayPal seja centralizada, existem nela características das criptomoedas, como ser baseada no ecossistema da Ethereum.

Especialistas estão comparando a força do impacto do PayPal sobre os vendedores com o discurso favorável ao bitcoin de Larry Fink, todo-poderoso da maior gestora do mundo, a BlackRock, e que até pouco tempo era um crítico voraz da cripto criada por Satoshi Nakamoto.

A gestora, inclusive, está tentando aprovar seu primeiro ETF de bitcoin nos EUA, na trilha de outras como Fidelity, WisdomTree, VanEck e Invesco.

Para se ter ideia da magnitude do que estamos falando, a BlackRock tem sob gestão US$ 10 trilhões em ativos, cerca de 5 vezes o PIB brasileiro. Uma simples recomendação dessa gigante pode ocasionar uma verdadeira corrida por bitcoin no mundo cripto, o que pode fazer o preço dele e de outras moedas subir.

Engordando a cesta de indícios favoráveis, não posso deixar de falar do Drex, a versão digital do nosso real. A moeda também incorpora a tecnologia blockchain, só que de forma privada, na qual apenas o governo terá acesso às informações. É bastante diferente do bitcoin e do ether, por exemplo, cujas blockchains são públicas e nos permitem ver tudo o que acontece lá dentro.

Ao citar o Drex, não estou dizendo que concordo com o real digital ou com as questões de controle que podem estar no escopo dele, mas uma coisa é inegável: a plataforma vai permitir operações com contratos inteligentes e, portanto, com ativos tokenizados, o que pode ampliar a visão das pessoas sobre o mundo cripto. Hoje, as criptomoedas ainda enfrentam resistência de boa parte do público, mas acredito que o Drex pode colaborar para gerar uma imagem mais amigável da tecnologia.

Motivos para ficarmos entusiasmados não faltam, mas o cenário ainda é de incertezas e a cautela é rainha.

Agora, vou contar para vocês o que estou fazendo enquanto isso…

Eu tenho participado bastante dos launchpads, nome dado às plataformas onde rolam os lançamentos de criptomoedas nas exchanges. É uma boa oportunidade para aproveitar aquelas valorizações que costumam acontecer assim que os ativos são disponibilizados no mercado.

Também tenho mantido a constância dos meus aportes. Faço religiosamente o DCA (Dollar-Cost Averaging), estratégia de manter a regularidade das aplicações para reduzir o preço médio de compra. Se você é assíduo da coluna, já me viu falando dezenas de vezes sobre isso. E não tenho a intenção de parar.

Oriento sempre os meus alunos sobre a importância desses aportes frequentes como forma de ir acumulando moedas antes do ciclo de alta, que deve ter início em 2024 ali pelo halving (leia minha coluna sobre o assunto), evento historicamente desencadeador de boas valorizações. Acredito que, no segundo semestre do próximo ano, vamos vivenciar o começo de uma temporada quente, que deve se intensificar lá pelo primeiro semestre de 2025.

Portanto, a hora de plantar é agora, por mais que ainda pareça distante. Te garanto que não é. Até lá, temos uma quantidade interessante de tempo e dá para acumular um bocado. Agora, se chegar no período de alta e todo mundo estiver ganhando dinheiro menos você, não diga que não avisei!

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