Investidores da Algorand sofrem prejuízo (Issaro Prakalung / EyeEm/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 1 de março de 2023 às 08h58.
Grandes investidores da criptomoeda Algorand (ALGO) tiveram um prejuízo milionário recentemente após um ataque hacker atingir uma das principais plataformas de carteira cripto da rede. Segundo estimativas, as perdas já somam mais de R$ 50 milhões.
A apuração inicial indica que os ataques foram realizados entre os dias 19 e 21 de fevereiro, com foco nas grandes carteiras. Conhecidas como “baleias”, elas acumulam muitas unidades de determinada criptomoeda, no caso, a ALGO.
A plataforma atingida foi a MyAlgo, uma das principais carteiras para armazenar ALGO. A My Algo ainda não soube explicar como os ataques ocorreram, e pediu que os usuários sacassem suas criptomoedas da plataforma para evitar novas perdas.
“Importante: Aconselhamos enfaticamente a todos os usuários que retirem quaisquer fundos das carteiras Mnemonic que foram armazenadas no MyAlgo. Como ainda não sabemos a causa raiz dos recentes ataques, encorajamos todos a tomarem medidas de precaução para proteger seus ativos. Obrigado pela sua compreensão. Não apresse as coisas e certifique-se de que está transferindo fundos ou redigitando contas de maneira segura. Os ataques aconteceram há uma semana e nenhum outro movimento ocorreu desde então. Tome seu tempo e evite erros. Peça ajuda se tiver dúvidas”, disse a plataforma em um comunicado público.
A cotação da criptomoeda chegou a cair, mas já apresenta alta de 1,6% nas últimas 24 horas, e acumula perdas de 5,6% na semana. Apesar disso, desde o início de 2023 a ALGO já subiu quase 42%, de acordo com dados do CoinMarketCap.
Segundo o analista Zach XBT, cerca de 19,5 milhões de tokens ALGO teriam sido roubados. Além da criptomoeda nativa da rede Algorand, outros ativos também teriam sido drenados das carteiras de investidores, como aproximadamente US$ 3,5 milhões em USDC, uma criptomoeda estável que acompanha o valor do dólar norte-americano.
“A [corretora] ChangeNow afirmou que eles conseguiram congelar US$ 1,5 milhão”, disse Zach.
Apesar do ocorrido sinalizar a existência de um grande problema na Algorand, o diretor técnico da empresa por trás do protocolo defendeu que a falha não está na rede. Segundo John Woods, cerca de 25 carteiras teriam sido afetadas pelo ataque, mas que este não seria “o resultado de um problema com o protocolo”.
“Pessoal, concordo que há muitos desses ataques para ser uma coincidência, mas não é um problema com o protocolo. Estamos trabalhando para ajudar individualmente, parece um ataque direcionado”, disse ele.
O blockchain da Algorand foi o escolhido pela FIFA para as iniciativas da Copa do Mundo no Catar com Web3 e pelo governo da Itália para o desenvolvimento de uma plataforma de transações rápidas e garantias bancárias.
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