B3 tem investido em iniciativas no mercado cripto (Nelson Almeida/Getty Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 15 de agosto de 2024 às 15h11.
Última atualização em 15 de agosto de 2024 às 16h53.
A B3 divulgou na última terça-feira, 13, os "destaques operacionais" do mês de julho de 2024, trazendo mais informações sobre as movimentações na bolsa de valores brasileira ao longo do último mês. E os criptoativos estão entre segmentos destacados pela empresa.
De acordo com os dados, em julho o volume médio diário de negociação de criptoativos foi de 104 mil. Em julho de 2023, não havia dados disponíveis para uma comparação, mas o número representou um crescimento de 56,3% em relação a junho, quando o volume foi de 67 mil.
Já em relação à receita média por contrato de derivativos - ou seja, a negociação de preços futuros de ativos - o segmento de ativos digitais registrou um valor de R$ 2.185. Novamente, não há dados disponíveis para a comparação com julho de 2023, mas em relação a junho deste ano, o crescimento foi de 70,8%.
Os primeiros contratos de preços futuros de criptoativos foram lançados pela B3 em abril deste ano e são exclusivos para a cotação do bitcoin. No primeiro dia de negociação, esses contratos chegaram a registrar mais de 7 mil em volume de negociação.
Juca Andrade, vice-presidente de produtos e clientes da B3, comentou que o produto foi "bastante demandado pelo mercado". No momento, a dona da bolsa de valores também avalia lançar outros derivativos de criptoativos, mais especificamente contratos de preço futuro de ether.
Em entrevista exclusiva à EXAME em abril, o CEO da subsidiária da empresa para ativos digitais reconheceu uma alta demanda por criptomoedas entre investidores e disse que a B3 pretende continuar investindo em projetos envolvendo a classe de ativos, incluindo um lançamento de uma corretora específica para investidores institucionais.
Jochen Mielke de Lima afirmou que "o avanço da regulação tem contribuído pra um interesse maior das empresas [em criptoativos], ele está bastante alto, mas também flutua com um interesse do investidor final. A Receita Federal aponta que temos pouco mais de 4 milhões de CPFs únicos [investindo em cripto]".
Na visão do CEO da B3 Digitas, "a ausência de um arcabouço regulatório claro mantém essa demanda relativamente tímida. Com a regulação, e após um período de adaptação, deve ter destravamento de valor".