Talk Show EXAME IN: 2023 deve marcar retorno do turismo ao patamar pré-pandemia, diz CEO da CVC
Plano de longo prazo e investimento em tecnologia para dar perspectivas para o negócio no pós-pandemia
Graziella Valenti
Editora Exame IN
Publicado em 22 de fevereiro de 2023 às 16:46.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2023 às 17:26.
O ano de 2023 deve marcar o retorno do setor de turismo aos níveis pré-pandemia. A previsão é de quem entende do assunto: Leonel Andrade, presidente da CVC Corp, a maior companhia de viagens do Brasil e da Argentina. O executivo esteve no Talk Show do EXAME IN (confira a íntegra ao fim do texto) para falar sobre a quantas anda o negócio. O fim de 2022 marca, segundo ele, o surgimento de uma empresa completamente diferente do que a existentes até 2019.
“Confusão é uma palavra muito elegante para descrever aquele momento”, brinca Leonel Andrade, presidente da CVC, a maior empresa de viagens e turismo do Brasil, a respeito de sua chegada na empresa, que acumulava em um mesmo momento investigações sobre inconsistências contábeis, mudança no grupo de investidores de referência e a paralisação absoluta de seu mercado, com o fechamento instalado mundo afora como tentativa de contenção da contaminação da covid-19.
Nos primeiros nove meses de 2022, último número público conhecido, a CVC Corp registrou quase R$ 11 bilhões em reservas consumidas, praticamente o dobro de igual período de 2021. Apesar da força da retomada, o ritmo de viagens não retornou ao cenário pré-pandemia. No terceiro trimestre, segundo o executivo, estava em torno de 80% do que era feito antes da crise sanitária, mas com esse percentual avançando mês a mês.
Andrade aponta algumas questões que são o desafio do setor para essa retomada à normalidade. Ele lembrou que, em razão do câmbio e da alta do petróleo, a inflação do segmento foi muito alta. Para completar, muitas empresas desmontaram suas estruturas, para tentar resistir e sobreviver. Agora, a recontratação da mão-de-obra exige treinamento, em um cenário de demanda reprimida, o que leva a uma combinação de alta nos custos e questões de qualidade.
Enquanto tinha que apagar muito incêndios ao mesmo tempo, o CEO da CVC teve também de montar um plano de longo prazo para companhia. O projeto envolvia, como em todos os setores, muita tecnologia. No acumulado de 2022 até setembro, a companhia investiu R$ 170 milhões, 127% a mais do que em 2021. “O crescimento da CVC se deu muito calcado em distribuição [são 1.100 lojas pelo Brasil] e produto”, destacou o executivo. Agora, o foco no cliente exige facilidades e, ao mesmo tempo, uma gestão de dados que permita mais assertividade da empresa em suas vendas. A companhia estreou agora no fim de 2022 uma nova plataforma que integra todo processo de venda em loja, e ainda o aplicativo e o site utilizados pelo consumidor. “Até pouco tempo, um vendedor que estivesse atendendo um cliente que fez reserva de passagem, hotel e aluguel de carro, não conseguia colocar tudo no mesmo carrinho.”
Mas, além do retorno à normalidade das vendas, a CVC Corp ainda tem desafios pela frente, como sua estrutura de capital e, no balanço do quarto trimestre, ainda deve haver os últimos efeitos negativos ligados a créditos de clientes gerados ainda pela pandemia. Se tem um setor que foi atingido em cheio, foi o turismo. Não restam dúvidas. Mas as oportunidades que surgem também são muitas e variadas.
Além de Andrade, presidente da CVC, já estiveram no programa, Roberto Funari (Alpargatas), Abilio Diniz (GPA), Felipe Miranda (Empiricus), Eduardo Mufarej (GK Ventures), Augusto Lins (Stone), Rodrigo Abreu (Oi), Cláudia Woods (WeWork), Dennis Herszkowicz, (Totvs), Daniel Silveira (Avon), Túlio Oliveira (Mercado Pago), Carlos Brandão (Iguá Saneamento), além da dupla de fundadores da OpenCo, Sandro Reiss e Rafael Pereira e de Fersen Lambranho, presidente do conselho de administração da GP Investimentos e da G2D. Também passaram pela mesa de conversa do programa Marcelo Barbosa, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Daniel Castanho, fundador e presidente do conselho de administração da Ânima Educação, Daniel Peres, fundador da Tropix, um market-place de NFTs de arte digitais, para destrinchar o metaverso, Ricardo Mussa, presidente da Raízen, e Ricardo Faria, o empresário que é o maior emergente do setor de agronegócios do país.
O programa recebe grandes personalidades do mundo corporativo e financeiro para um bate-papo descontraído sobre os principais desafios, aprendizados e oportunidades do mercado brasileiro em suas áreas de atuação. Os episódios podem ser conferidos no canal da EXAME no Youtube e também no Spotify.
O que é o EXAME IN
O programa vem para complementar a produção de conteúdos do EXAME IN, a butique digital de notícias de negócios da EXAME e que conta também com uma newsletter desde março de 2020. Comandada por Graziella Valenti, a newsletter tem o objetivo de fornecer acesso a informações sobre mercado de capitais, negócios e startups.
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Graziella Valenti
Editora Exame INCriadora do EXAME IN, espaço dedicado à cobertura de negócios, com foco em mercado de capitais. Na EXAME desde março de 2020, ficou 13 anos no Valor Econômico, oito como repórter especial, sete anos na Broadcast, do Grupo Estado.