Nuvemshop investe R$ 150 mi em meio de pagamento próprio para lojistas
A solução, chamada de Nuvem Pago, será disponibilizada aos mais de 46.000 lojistas brasileiros clientes até o final do ano
Publicado em 26 de outubro de 2021 às 06:00.
Dois meses depois de receber um aporte de R$ 2,6 bilhões, a plataforma de e-commerce Nuvemshop conseguiu aprimorar suas soluções de suporte aos mais de 90.000 lojistas em duas frentes prioritárias: logística e finanças. No começo do mês, a empresa adquiriu a startup Mandaê para melhorar o serviço de entregas e agora, nesta terça-feira, 26, lança sua solução própria de pagamentos, batizada de Nuvem Pago.
A companhia investiu R$ 150 milhões na tecnologia, que será disponibilizada a todos os seus clientes brasileiros até o final do ano e, a partir de 2022, levada a outros lojistas da América Latina. Em entrevista ao EXAME IN, Rodrigo Rivera, vice-presidente de estratégia da Nuvemshop, disse que a solução estava sendo testada com cerca de 1.000 clientes desde dezembro do ano passado.
"Ouvimos os lojistas para criar uma solução que fosse o mais completa e fácil de usar possível. Sem se preocupar com questões como gateway, antifraude e estorno, eles vão poder oferecer aos clientes diversas formas de pagamento", diz o executivo, que é responsável pelos negócios de pagamentos e logística da empresa na América Latina.
Oferecer pagamentos por cartão, pix, boleto e parcelamento não é só uma forma de tornar o serviço mais completo aos olhos do vendedor. A variedade de métodos é uma demanda dos clientes finais e influencia diretamente na compra. Uma pesquisa recente feita pela Nuvemshop mostra que 80% dos consumidores que não encontraram o meio de pagamento que queriam deixaram de concluir o pedido.
A empresa não irá cobrar taxas de ativação ou mensalidade dos lojistas que quiserem usar a solução de pagamento — Rivera garante que as outras opções continuam disponíveis na plataforma. As vendas serão isentas de tarifas, mas serviços como antecipação de recebíveis (a partir de 2,89%), parcelamento, saques e boletos serão cobrados.
O serviço de pagamentos é só o começo da jornada do Nuvem Pago. Segundo o vice-presidente, a ambição é oferecer um sistema operacional financeiro para o lojista cliente, com conta digital, apoio em gestão, maquininha e crédito para capital de giro. "Pagamentos foi a solução que levou mais tempo para ser lançada, mas ela é a base para o restante. Estando dentro do check out dos vendedores, conseguimos entrar em outras áreas de forma mais simples", afirma Rivera.
A estratégia da Nuvemshop
Fundada em 2011 por Santiago Sosa, Alejandro Alfonso, Martín Palombo e Alejandro Vásquez, a empresa oferece a pequenos e médios lojistas um caminho fácil para começar a vender online, fornecendo desde infraestrutura para o site até a conexão com meios de pagamento e empresas de logística.
A empresa cresceu conforme a expansão do mercado de comércio eletrônico na região. Desde março do ano passado, com a pandemia de coronavírus, a procura pelos serviços da startup aumentou exponencialmente. De janeiro a dezembro de 2020, a empresa passou de 25.000 lojistas clientes para mais de 70.000. Hoje, já são mais de 90.000 clientes em toda a América Latina usando seus serviços — Brasil e Argentina são os principais mercados.
Agora, com os R$ 3,2 bilhões que recebeu de investidores nos últimos dez meses, o unicórnio não precisa mais esperar de braços cruzados que a infraestrutura do e-commerce avance. Assim como gigantes como Mercado Livre, Amazon e Magazine Luiza investem em redes próprias de logística e pagamentos, a Nuvemshop faz o mesmo, garantindo um serviço mais competitivo e completo aos seus lojistas — e expandindo o percentual que ganha sobre as vendas.
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