"No estádio, aplaudindo as meninas, com fé em Deus", disse a atacante no estádio Parc des Princes ( Carmen Mandato/USSF/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 10 de agosto de 2024 às 20h28.
A "rainha" Marta declarou neste sábado, após a derrota do Brasil na final do torneio feminino de futebol dos Jogos Olímpicos de Paris, que pretende estar na Copa do Mundo de 2027, que será disputada no país, mas em outro papel, o de torcedora.
"No estádio, aplaudindo as meninas, com fé em Deus", disse a atacante no estádio Parc des Princes, onde os Estados Unidos venceram a seleção brasileira por 1 a 0 e conquistaram o ouro olímpico pela quinta vez, reforçando seu domínio no futebol feminino, que faz parte do programa dos Jogos desde 1996 - ou seja, foram realizadas oito edições.
A seleção brasileira, por sua vez, conquistou sua terceira medalha de prata olímpica, já que também esteve no segundo lugar do pódio em Atenas 2004 e Pequim 2008. Nos três casos, com Marta em campo.
E devido ao contraste entre o histórico respeitável e o peso das críticas recebidas tanto pela seleção como pela eleita em seis anos pela Fifa como melhor jogadora do mundo, Marta se mostrou chateada ao falar sobre para quem dedica a prata.
"Essa medalha e todas as outras que a gente ganhou em Olimpíadas, todos os títulos que a gente ganhou, sejam no individual ou no coletivo no futebol feminino, é para aquelas pessoas que sempre acreditaram desde o primeiro momento, e muitas delas estavam na arquibancada aqui dando apoio: família, amigos. Para essas outras que se aproveitam do momento e falam muita, desculpa, merda, a gente não deve nada", afirmou.
A atacante, que no começo do ano havia dito que os Jogos de Paris seriam sua última competição pela seleção, enfatizou o peso positivo do que foi conquistado.
"Essa medalha representa o resgate do orgulho que a gente tem em ver que o futebol feminino do Brasil pode ser competitivo, tem talento", disse.
"Quando eu ganhei a medalha de prata em 2004 e 2008 não senti tanto orgulho quanto estou sentindo neste momento dessa medalha de prata, porque foram 16 anos esperando para voltar a uma final de Olimpíada, e pelo histórico nas competições anteriores da seleção, vamos ser sinceros, quase ninguém estava acreditando que o Brasil iria chegar em uma final de Olimpíada", acrescentou.
Marta também elogiou o papel do técnico Arthur Elias, que assumiu o cargo em setembro do ano passado, e a superação da seleção em Paris ao lidar com a expulsão da própria atacante no primeiro duelo com a Espanha, pela fase de grupos, e pelos cortes, devido a lesões, da lateral-esquerda e capitã Tamires e da lateral-direita Antonia.
"Essa confiança que a gente depositou no trabalho do professor Arthur e a maneira como a gente soube lidar com os altos e baixos dessa competição, atletas machucadas, eu tive que ficar dois jogos fora", comentou.
O próprio treinador, depois da final olímpica, elogiou Marta ao ser questionado sobre a possível aposentadoria dela da seleção, e disse que só ela tem a resposta.
"Ela é a melhor da história, construímos uma relação de confiança. Não sei como responder a essa pergunta (...) Ela é a camisa 10, é a rainha", concluiu.