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Emissores brasileiros surfam onda de investimentos ESG, diz Bloomberg

Emissão de títulos verdes, com alguma pegada de sustentabilidade, estão em alta entre as grandes empresas do agronegócio brasileiro

Lavoura de soja: títulos verdes de grandes empresas do agronegócio estão em alta (José Roberto Gomes/Reuters)

Lavoura de soja: títulos verdes de grandes empresas do agronegócio estão em alta (José Roberto Gomes/Reuters)

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LB

Leo Branco

Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 11h47.

A André Maggi Participações, uma das maiores empresas agrícolas do Brasil, planejava levantar 500 milhões de dólares com a venda de títulos verdes em sua estreia no mercado internacional de capitais. Até que se deu conta do tamanho da demanda.

Com os investidores clamando por títulos que financiem projetos benéficos ao meio ambiente, esta companhia familiar que produz e comercializa soja e milho decidiu ampliar a operação em 50%, emitindo 750 milhões de dólares em títulos com prazo de sete anos a uma taxa de 5,25%.

“No fim das contas, os investidores ESG desempenharam um papel importante no sentido de nos permitir o aumento do tamanho da transação”, disse Dante Pozzi, diretor financeiro da Amaggi, se referindo à sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança corporativa.

A colocação da Amaggi na semana passada foi a maior em uma sequência recente de emissões de junk bonds sustentáveis ou verdes por empresas brasileiras. Cinco delas venderam mais de 2,8 bilhões de dólares em notas desse tipo este mês, aproximadamente a mesma quantia emitida por companhias brasileiras durante todo o ano passado, de acordo com dados compilados pela BloombergNEF.

“É o tema quente do momento”, disse Cristina Schulman, responsável por mercados de capitais de dívida da América Latina no Banco Santander. “Em todos os nossos diálogos hoje em dia, estamos conversando sobre sustentabilidade ou qualquer coisa relacionada a ESG.”

As captações aproveitam a crescente demanda por dívida que atenda critérios ambientais, sociais e de governança. Empresas e governos da América Latina e Caribe venderam uma quantia recorde de 17,6 bilhões de dólares em instrumentos no ano passado. As companhias com grau de investimento foram as primeiras a acessar o mercado, mas a última onda veio de empreendimentos na categoria de alto rendimento.

Além da Amaggi, a fabricante de embalagens Klabin, a holding Simpar, o Itaú Unibanco Holding e o Banco BTG Pactual venderam bônus com elemento sustentável. Uma sexta empresa, a locadora de veículos Movida Participações, que é controlada pela Simpar, deve vender títulos ligados à sustentabilidade nesta quinta-feira, segundo uma pessoa a par do assunto. Todos os papéis têm classificação de risco igual ou inferior a BB+, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.

A Amaggi usará os recursos captados para financiar projetos de energia renovável, incluindo uma usina hidroeléctrica e a instalação de painéis de energia solar. A companhia também ajudará pequenos fornecedores agrícolas a produzir mais soja certificada que não contribui para o desmatamento.

Os novos títulos da empresa subiram 1 centavo para 101 centavos de dólar desde que começaram a ser negociados, há menos de uma semana, segundo dados do sistema Trace. É provável que a Amaggi continue estruturando títulos de sustentabilidade, disse Pozzi. “Não só a demanda, mas também a qualidade dos investidores é muito forte”, acrescentou o executivo.

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