ESG

Apoio:

Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
ONU_500X313 CBA
ONU_500X313 Afya
ONU_500X313 Pepsico
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Direitos humanos na moda: Pacto Global da ONU inicia trabalho de conscientização das empresas

Atuação das empresas de indústrias têxtil e de vestuário será debatida dentro do braço da ONU; de acordo com Camila Valverde, COO do Pacto Global no Brasil, objetivo é garantir condições de trabalho e salário dignas para o setor

Camila Valverde, COO do Pacto Global do Brasil: "Ação pode beneficiar toda a sociedade e a cadeira de valor da produção, de quem planta o algodão até a confecção final" (Leandro Fonseca/Exame)

Camila Valverde, COO do Pacto Global do Brasil: "Ação pode beneficiar toda a sociedade e a cadeira de valor da produção, de quem planta o algodão até a confecção final" (Leandro Fonseca/Exame)

share
Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 3 de abril de 2024 às 11h42.

O Pacto Global da ONU no Brasil lança nesta quarta-feira, 3, o grupo de trabalho em Direitos Humanos para o setor de Moda Têxtil, que busca agir com empresas da cadeia da moda para garantir o respeito e a ética nas operações. O anúncio durante o Fórum Ambição 2030, realizado entre os dias 3 e 4 deste mês, em São Paulo.

Dados alarmantes sobre os direitos humanos nos setores têxtil e de moda motivaram a criação do grupo de trabalho: apesar de ser uma fonte de renda para milhões de mulheres e jovens, o segmento enfrenta desafios para garantir condições justas de trabalho e de salário.

A informalidade com que as confecções são realizadas afasta fiscalizações, o que torna o trabalho mais inseguro em muitas vezes. Ela também é uma das responsáveis pelos salários pequenos, que muitas vezes não garantem a autonomia econômica de quem trabalha no setor — especialmente em regiões do país em que a vulnerabilidade é uma realidade. Uma pesquisa do Observatório Têxtil do Centro do Estudos Têxteis Aplicados aponta que as confecções nas regiões Norte e Nordeste têm custos de mão de obra até 40% menores do que em outras regiões do país.

Para Camila Valverde, diretora de operações do Pacto Global no Brasil, o GT surge para movimentar empresas do setor em dois pilares estratégicos da atuação da ONU no País: direitos humanos e trabalho. “Quando o trabalho do grupo acontece de forma setorial tem mais chances de ser assertivo no endereçamento das questões encontradas, porque as dores e os desafios são comuns dentro de indústrias do mesmo setor”, conta.

Além de mapear as oportunidades e desafios vivenciados pela área como um todo, outro ponto que o grupo de trabalho busca incentivar é a criação de relatórios analíticos com dados e práticas a serem incentivadas entre empresas, o que pode impactar toda a cadeia de produção do setor. “Buscaremos capacitar e sensibilizar as lideranças das empresas sobre sua atuação. As maiores empresas do setor têxtil e de vestuário do Brasil fazem parte do Pacto Global, então o cenário é favorável: temos muitas empresas já engajadas na agenda do desenvolvimento sustentável”, conta Valverde.

Ela ainda explica que a atuação busca atingir um setor com imensa relevância para o cenário indústria brasileiro. “Hoje, 20% dos trabalhadores da indústria nacional estão alocados no setor de têxtil. 60% deles são mulheres. Então é importante adereçar esse tema porque investindo nele a gente irá contribuir com Objetivos de Desenvolvimento Sustentável essenciais, como desenvolvimento sustentável, equidade de gênero, desenvolvimento de lideranças femininas... são muitos ganhos”, afirma.

Para Camila, o impacto deve ser maior do que apenas para as empresas já atuantes no Pacto Global da ONU. “O diálogo, seja o aprofundamento por meio de encontros, workshops ou fazendo o intercâmbio dessas informações com diversos atores do setor, é o que pode garantir o avanço ESG de cada uma dessas empresas”, explica.

A diretora de operações aponta que o benefício vai além dos pequenos produtores e da mão de obra envolvida no trabalho. “Essa atuação pode beneficiar toda a sociedade, não só a cadeia de valor, que vai desde quem planta o algodão até a confecção final, como também o mercado consumidor, que está cada vez mais engajado nesses temas. É um setor extremamente rico que pode impactar muito com esse trabalho”, conta.

A atuação do grupo de trabalho terá duração de 18 meses e complementa o trabalho já realizado pelos direitos humanos por outros grupos setoriais do Pacto Global, nos setores elétrico e energético, de negócios oceânicos e do mercado financeiro. Os GTs fazem parte da Aliança pelos Direitos Humanos e Empresas, formulada pelo braço da ONU e a Organização Internacional do Trabalho, lançado no ano passado.

Acompanhe tudo sobre:Pacto Global da ONU no BrasilONUDireitos HumanosModaSetor têxtil

Mais de ESG

COP16: Em abertura, André do Lago pede que economia seja aliada da natureza

"Dona" de Jericoacoara? Entenda imbróglio que ameaça área preservada do destino turístico

Presidência da COP29 publica textos finais da agenda de ação climática em Baku

Financiamento climático deve pautar COP29 no Azerbaijão