Demanda global por créditos de carbono pode aumentar mais de 15 vezes até 2030, segundo estudo. (Nelson Almeida/Getty Images)
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Publicado em 21 de dezembro de 2023 às 08h00.
Em breve, empresas que reduziram as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) poderão negociar seus créditos de carbono como qualquer outro ativo financeiro. A parceria foi firmada em dezembro pela B3, a bolsa de valores brasileira, com a AirCarbon Exchange (ACX), de Singapura.
Juntas, B3 e ACX pretendem lançar, ainda no primeiro trimestre de 2024, uma plataforma onde detentores de créditos poderão transacionar com empresas do mundo todo que quiserem compensar a quantidade de carbono emitida em suas operações, de forma a diminuir a pegada ambiental e se adaptar a práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).
“O Brasil tem potencial para ser um dos maiores fornecedores de créditos de carbono no mundo, e a B3 está comprometida em impulsionar esse mercado no País, fornecendo um ambiente seguro, com transparência de preços e integrado para negociação de créditos que contribua para acelerar a transição para um futuro mais sustentável”, afirmou o superintendente de Produtos Balcão da B3, Leonardo Paulino Betanho, ao anunciar a parceria.
A B3 investirá até R$ 10 milhões na plataforma, que será operada pela ACX e que vai possibilitar o acesso de investidores internacionais aos créditos de empresas brasileiras.
A AirCarbon Exchange é uma bolsa digital de créditos de carbono que negocia projetos em mais de 30 países.
A demanda por créditos de carbono vem crescendo com a relevância da agenda ESG para corporações mundiais, mas a oferta de créditos ainda é baixa, o que se reflete em preços cada vez mais altos. Um estudo da McKinsey aponta que a demanda global por créditos de carbono pode aumentar mais de 15 vezes até 2030, saltando do equivalente a US$ 1 bilhão, registrado em 2022, para US$ 50 bilhões.
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No Brasil, o mercado de carbono ainda é voluntário. Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei (PL), de iniciativa do Senado, que dispõe sobre o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), determinado pela Política Nacional de Mudança Climática. O PL 412/2022 cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões para empresas que emitam mais de dez mil toneladas de dióxido de carbono por ano.
O texto, aprovado em caráter terminativo pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado em outubro, foi encaminhado para apreciação da Câmara dos Deputados. Ele prevê regras gerais que poderão proporcionar segurança jurídica para empresas e confiabilidade para os créditos de carbono gerados no País.