Casa Branca: Receio de uma desaceleração mais profunda ficou evidente esta semana, com o mercado repercutindo a inversão da curva de juros nos EUA (Andrew Harrer/Bloomberg)
Ligia Tuon
Publicado em 18 de agosto de 2019 às 08h00.
Última atualização em 18 de agosto de 2019 às 08h00.
As crescentes chances de uma recessão antes das eleições presidenciais de 2020 ameaçam acabar com as esperanças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de um segundo mandato.
Embora ainda incerto, tal cenário seria um presente político para o Partido Democrata, que tem evitado falar sobre o emprego quase pleno, ações em nível recorde e inflação baixa até agora na presidência de Trump.
Em vez disso, os candidatos destacam a crescente desigualdade de renda e os custos insustentáveis de assistência médica e educação superior para argumentar que a classe trabalhadora não está se beneficiando da expansão.
No entanto, o receio de uma desaceleração mais profunda ficou evidente esta semana. O S&P 500 caiu quase 3% na quarta-feira e o Dow Jones Industrial Average despencou 800 pontos em sua pior queda do ano com a inversão da curva de juros, um prenúncio de uma possível recessão.
Com uma desaceleração global do setor de manufatura e a guerra comercial de Trump já pesando sobre o crescimento, as chances de os EUA entrarem em recessão no próximo ano subiram para 35%, segundo pesquisa realizada pela Bloomberg News com economistas em agosto.
A senadora Elizabeth Warren, do Partido Democrata, tuitou na quarta-feira que “os sinais de alerta para outra recessão estão piscando. Precisamos prestar atenção e agir agora, enquanto ainda temos tempo para evitar uma desaceleração.”
As tendências econômicas tendem a prever os resultados das eleições e as recessões podem ser a criptonita para o partido no poder. No último século, os únicos presidentes eleitos que perderam a reeleição sofreram a derrota depois de haver enfrentado uma recessão: George H.W. Bush em 1992, Jimmy Carter em 1980, e Herbert Hoover em 1932.