Economia

Recessão mostrará vulnerabilidades da Caixa, diz Moody's

Segundo a agência, o crescimento mais lento dos empréstimos da Caixa vem num momento em que o custos de captação subiram dramaticamente


	Agência da Caixa: a carteira de crédito da Caixa avançou 15,5 por cento em 12 meses até setembro
 (Tânia Rêgo/ABr)

Agência da Caixa: a carteira de crédito da Caixa avançou 15,5 por cento em 12 meses até setembro (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2015 às 12h25.

São Paulo - A contínua expansão das operações de crédito em ritmo superior à média do mercado num cenário de custos de captação maiores, aumento da inadimplência e menor lucratividade vai evidenciar fraquezas da Caixa Econômica Federal nos próximos meses, afirmou nesta segunda-feira a agência de classificação de risco Moody's.

"Na esteira de um boom de crédito, a qualidade dos ativos está sob pressão significativa, diante do cenário prolongado de recessão no Brasil", informou por meio de nota a Moody's, que na semana passada colocou o rating do banco em revisão para corte.

Segundo a agência, o crescimento mais lento dos empréstimos da Caixa, que por si só já deve pressionar os lucros, vem num momento em que o custos de captação subiram dramaticamente e as despesas com provisões para calotes deram um salto.

A carteira de crédito da Caixa avançou 15,5 por cento em 12 meses até setembro, ritmo muito inferior ao dos anos anteriores, mas ainda muito acima da média de 8,1 por cento do mercado.

E mesmo tendo cerca de dois terços da carteira total ligadas ao setor imobiliário, segmento tradicionalmente considerado um dos de menor risco, a Caixa viu seu índice de inadimplência acima de 90 dias atingir 3,3 por cento no final de setembro, pouco acima da média do mercado, pontuou o a Moody's.

Pelas contas da Moody's, as despesas da Caixa com provisão para inadimplência em 2015 vão superar 21 bilhões de reais, ante 13 bilhões no ano passado, salto de quase 62 por cento.

Para lidar com esse cenário, a Moody's acredita que a Caixa pode ser levada a reduzir o pagamento de dividendos ao governo federal, seu controlador, para poder fortalecer sua posição de capital, especialmente num momento em que se prepara para regras de capitalização mais rígidas previstas em Basileia III.

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