São Paulo - O presidente do grupo AES Brasil, Britaldo Soares, afirmou nesta terça-feira, 7, que o racionamento de energia já deveria ter sido implementado no Brasil, caso fosse feita uma análise meramente técnica a respeito da atual situação do sistema elétrico.
A restrição da oferta seria uma solução estruturada para garantir que o nível de água dos reservatórios subisse mais e a dependência das chuvas no próximo período úmido, a partir do final do ano, fosse menor no verão de 2015/2016.
"Do ponto de vista técnico, a decisão do racionamento talvez já devesse ter sido tomada há mais tempo, se a gente buscasse a recuperação do sistema, e não a propagação do risco. Isso se quiséssemos restabelecer o sistema com um todo e resolver o problema de uma maneira mais estruturada", afirmou Soares, que participou nesta terça-feira do Brazil Investment Forum 2015, promovido pelo Bradesco BBI em São Paulo.
Pouco antes de comentar sobre o risco técnico que existe sobre o sistema elétrico, o executivo salientou que é preciso fazer uma distinção entre os aspectos técnico e político.
"Haveria um freio de arrumação, um impacto na economia e no Produto Interno Bruto (PIB) já conhecidos. Obviamente há cenário político a se considerar em toda essa questão", ponderou o executivo.
Riscos
Soares alerta que, sem uma solução mais estruturada, o risco hidrológico permanece.
Neste momento, projeta-se que o nível dos reservatórios ao final de março deve ficar próximo a 35% da capacidade de armazenamento, "não muito diferente" do que se imaginava no início deste ano.
"É um quadro apertado. Eu vejo a gente terminando 2015 com o sistema sob pressão e eu não diria isento de riscos. Vamos estar na dependência do que vai acontecer na estação chuvosa de 2015/2016", projetou.
Confirmadas as atuais projeções traçadas pelo governo federal, o nível dos reservatórios chegaria a novembro, no início do período chuvoso, com um volume de armazenamento superior ao patamar considerado mínimo de 10%.
O efetivo volume dos reservatórios, salienta Soares, estará vinculado ao nível das chuvas no período seco e o comportamento do consumo. A tendência de demanda é de queda em 2015, explica Soares, em função da redução da atividade econômica e do aumento das tarifas.
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1. Uma conta preocupante
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1/28 (Thinkstock)
São Paulo - Você já parou para pensar em quanta
água se perde no caminho entre a estação de tratamento e a torneira da sua casa? Não é pouca coisa. De cada 100 litros de água coletada e tratada, em média, apenas 67 litros chegam são e salvos. Os outros 37% se perdem no caminho, junto com o dinheiro investido no sanemaneto básico. O prejuízo financeiro com as perdas de água em todo o Brasil atinge nada menos do que R$ 8 bilhões ao ano, segundo estudo do Instituto Trata Brasil, feito com base nos dados mais recentes do Minsitéiro das Cidades, relativos a 2013. É uma perda inadmissível, tanto para um recurso tão precioso e cada vez mais escasso como a água, quanto para um setor que ainda
caminha a passos lentos para garantir rede de esgoto e água encanada para todos os brasileiros. Ligações clandestinas, infraestrutura desgastada, vazamentos, obras mal executadas ou medições incorretas no consumo de água são as principais causas da perda de faturamento das empresas operadoras, sejam públicas ou privadas. Pelos cálculos da ONG, todo o volume perdido em 2013 equivale a 6,5 vezes a capacidade do Sistema Cantareira (sem considerar as reservas técnicas). Conforme a pesquisa, as perdas de água representam um entrave para a expansão das redes de distribuição do saneamento além de aumentar a pressão sobre os recursos naturais, agravando quadros de escassez hídrica, já que mais água precisa ser retirada da natureza. Segundo o estudo, se em cinco anos houvesse uma queda de 15% nas perdas de faturamento no
Brasil, os ganhos totais acumulados em relação ao ano inicial seriam da ordem de R$3,85 bilhões. O estudo traz os dados de perdas das
100 maiores cidades do país, onde estão 81 milhões de pessoas, 40% da população do Brasil. A média de perdas na distribuição nas 100 cidades foi de 42,04%, maior que a média nacional. Veja nas fotos as 30 cidades que mais perdem água (na distribuição) e dinheiro (perdas de faturamento) no País.
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2. 1. Macapá
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2/28 (Antonio Milena/Veja)
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3. 3. Porto Velho
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3/28 (Wilson Dias/Abr)
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4. 4. Paulista
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4/28 (Wagner de Lima/ Wikimedia Commons)
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5. 5. Cuiabá
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5/28 (Divulgação/ Embratur)
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6. 6. São Luis
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6/28 (Wikimedia Commons)
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7. 7. Várzea Grande
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7/28 (Matheus Hidalgo/Wikimedia Commons)
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8. 8. Maceió
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8/28 (Wikimedia Commons)
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9. 9. Mossoró
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9/28 (Wikimedia Commons)
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10. 10. Rio Branco
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10/28 (Embratur/Fotos Públicas)
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11. 12. Olinda
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11/28 (Prefeitura de Olinda/Wikimedia Commons)
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12. 13. Mogi das Cruzes
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12/28 (Wikimedia Commons)
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13. 14. Natal
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13/28 (Camilla Veras Mota/Viagem e Turismo)
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14. 15. Aracaju
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14/28 (FRANCO HOFFCHNEIDER/ Guia Quatro Rodas)
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15. 16. Boa Vista
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15/28 (Tiago Orihuela/ Prefeitura Boa Vista)
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16. 17. Cariacica
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16/28 (Lucas Calazans/ Divulgação/Perfil do Facebook de Cariacica)
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17. 18. Teresina
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17/28 (Wikimedia Commons)
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18. 19. Canoas
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18/28 (Divulgação/Prefeitura de Canoas)
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19. 20. Salvador
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19/28 (Mario Tama/Getty Images)
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20. 22. Osasco
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20/28 (Chadner/ Wikimedia Commons)
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21. 23. Itaquaquecetuba
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21/28 (Divulgação/Prefeitura de Itaquaquecetuba)
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22. 24. Ribeirão das Neves
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22/28 (Divulgação/Facebook/Prefeitura de Ribeirão das Neves (MG))
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23. 25. São Vicente
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23/28 (Wikimedia Commons/Fabio Luiz)
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24. 26. Guarujá
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24/28 (Priscila Zambotto/Viagem e Turismo)
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25. 27. Belém
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25/28 (Divulgação/Embratur)
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26. 28. Recife
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26/28 (REUTERS/Paulo Whitaker)
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27. 29. Caruaru
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27/28 (Facebook/Divulgação/ Prefeitura de Caruaru)
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28. 30. Governador Valadares
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28/28 (Picasa Web/Wikimedia Commons)