Economia

Por que o Banco Central deve manter os juros mais uma vez

O BC anuncia hoje sua decisão para a taxa básica de juros da economia; expectativa é que seja mantida em 6,5% ao ano pela 5ª vez consecutiva

ILAN GOLDFAJN: presidente do Banco Central pode ser mantido no cargo por Bolsonaro  / REUTERS/ Ueslei Marcelino

ILAN GOLDFAJN: presidente do Banco Central pode ser mantido no cargo por Bolsonaro / REUTERS/ Ueslei Marcelino

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 05h59.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 07h10.

O Banco Central anuncia hoje sua decisão para a taxa básica de juros da economia, a Selic. A expectativa é que seja mantida em 6,5% ao ano pela quinta vez consecutiva. A Selic está nesse patamar desde março deste ano.

Ainda que a inflação tenha subido nos últimos meses – a previsão é de que feche o ano em 4,4%, próxima da meta de 4,5% –, o fato de a economia ainda estar cambaleando deve levar o BC a manter os juros, segundo os economistas.

Além disso, a valorização do real, motivada pelo otimismo gerado pela vitória de Jair Bolsonaro, contribui para tirar a pressão sobre os preços de produtos importados. Dizem os analistas do banco UBS num relatório recente: “Dada a reação positiva do mercado ao resultado da eleição presidencial, com a apreciação do real e o nivelamento da curva de juros no mercado local, o Banco Central deve manter os juros constantes”.

Para 2019, porém, é esperado um aumento dos juros, motivado pela recuperação da economia. Um maior crescimento do PIB, se acontecer de fato, deve permitir que as empresas repassem o aumento de custos, gerado pela alta da inflação, para os preços de seus produtos. Na média, os analistas do mercado financeiro esperam que a Selic feche o próximo ano em 8%. Para o UBS, a taxa pode chegar a 8,5%.

O desafio do BC é manter a inflação medida pelo IPCA dentro das metas estabelecidas pela própria autoridade monetária – e elas são decrescentes. De 4% neste ano e 4,25% em 2019, a meta cai para 4% em 2020 e para 3,75% no ano seguinte. Vale lembrar que, desde 1999, a inflação só ficou abaixo de 4% em dois anos, 2006 (3,16%) e 2017 (2,95%).

No domingo, no primeiro discurso como presidente eleito, Bolsonaro disse que manter os juros baixos está entre seus principais compromissos. Mas, dias antes, ele havia dito que o Banco Central, além de se preocupar com a inflação e os juros, precisa também estabelecer uma meta para o câmbio.

Será o fim do regime de câmbio flutuante, em vigor desde 1999? Ilan Goldfajn, atual presidente do BC, é cotado para ficar na vaga — um dos poucos da equipe Temer, segundo pessoas próximas ao presidente eleito. Respostas no sentido da continuidade tendem a animar ainda mais os investidores.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralExame HojeJair BolsonaroSelic

Mais de Economia

Pix por aproximação estará disponível em carteira digital do Google semana que vem, diz Campos Neto

Com expectativa sobre corte de gastos, Lula se reúne com Haddad e Galípolo

Haddad afirma que não há data para anúncio de corte de gastos e que decisão é de Lula