Magda Chambriard em 1ª coletiva como CEO da Petrobras (Lucas Landau/Bloomberg via/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 5 de novembro de 2024 às 07h00.
As exportações de petróleo podem superar as de soja pela primeira vez neste ano, segundo estimativas da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Em rede social, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comemorou a projeção, alertando para a necessidade de ampliação da exploração das reservas no Brasil.
A declaração ocorre após parecer de técnicos do Ibama recomendar a rejeição do pedido da estatal para perfurar um poço na Bacia da Foz do Amazonas, na polêmica Margem Equatorial.
Segundo a AEB, as exportações de petróleo podem somar US$ 45,5 bilhões, com 96,3 milhões de toneladas, ligeiramente acima da projeção de US$ 45,3 bilhões para embarques de 96 milhões de toneladas de soja previstos de janeiro a dezembro. No acumulado até a segunda semana de outubro, a soja gerou US$ 40,2 bilhões em vendas externas, enquanto o petróleo alcançou US$ 37,6 bilhões.
Magda, ao receber os dados da balança comercial do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), destacou a importância do setor para a economia. “Para quem acha que o país pode abrir mão do petróleo de uma hora para outra, sem prévio planejamento...”, afirmou em postagem.
A estatal vem ampliando investimentos para perfurar novos poços na Bacia de Campos, que completa 50 anos de descoberta.
Margem Equatorial: Magda Chambriard defende exploração com 'rigorosos padrões de segurança'Para José Augusto de Castro, presidente da AEB, ao mencionar que o petróleo pode bater a soja pela primeira vez como o item mais exportado pelo Brasil, afirma que houve quebra da safra de soja devido a questões climáticas.
Por outro lado, destaca que a produção de petróleo tem se mantido estável, com pequenas elevações, enquanto o consumo interno de derivados caiu neste ano.
"Houve alta nos preços até julho com a previsão de crescimento da China. Mas, como essa previsão não se concretizou, começamos a ver uma queda nos preços. Agora, com a eleição nos EUA, podemos ver diferentes variações na cotação do petróleo", diz Castro.
Roberto Ardenghy, presidente do IBP, destaca que a produção de petróleo, de 3,4 milhões de barris por dia, pode chegar a 5,2 milhões de barris diários em 2030. Ele projeta que o volume de embarques pode subir de 1,9 milhão de barris diários para 4 milhões de barris ao dia em seis anos.
"O maior destino das exportações é a China, seguida pelos países da Europa. Neste ano, o petróleo deve superar a soja na balança comercial".