Oil polygon area with black contours of nodding donkeys on agricultural field. Air and ground pollution (Olga Rolenko/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 11h03.
Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 11h09.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) afirma, em relatório publicado nesta quarta-feira, 13, que manteve sua projeção para o crescimento da demanda global por petróleo neste ano, em 2,5 milhões de barris por dia (bpd).
Apenas nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a demanda deve crescer em 100 mil bpd em 2023, enquanto entre as nações de fora da OCDE o avanço na demanda será de 2,4 milhões de bpd neste ano.
A Opep diz que, em 2024, a demanda global por petróleo deve crescer 2,2 milhões de bpd, o que reafirma a avaliação do mês anterior.
Na OCDE, o crescimento na demanda deve ser de 300 mil, enquanto entre os demais países e regiões a maior demanda será puxada por China, Índia, pelo Oriente Médio e pelo restante da Ásia, aponta o relatório.
Já do lado da oferta, a Opep continua a prever que haverá crescimento de 1,8 milhão de bpd na oferta de fora do cartel em 2023. O resultado é puxado por EUA, Brasil, Casaquistão, Noruega Guiana, México e China.
Para 2024, a produção de combustíveis líquidos fora da Opep deve ter expansão de 1,4 milhão de bpd, projeção inalterada ante o mês anterior, com resultado puxado por EUA, Canadá, Guiana, Brasil, Noruega e Casaquistão.
Por outro lado, as maiores quedas devem ocorrer em México e Malásia.
A entidade diz que revisou levemente para cima sua projeção para o crescimento global neste ano, de 2,8% anteriormente a 2,9%. Para 2024, a expectativa continua a ser de avanço de 2,6%.
A projeção para o crescimento dos Estados Unidos foi revisada a 2,4% em 2023 e a 1,0% em 2024.
Para a zona do euro, ela seguiu em alta de 0,2% em 2023 e de 0 5% em 2024.
No caso da China, foi mantida em alta de 5,2% em 2023 e de 4,8% em 2024. No caso da Índia, as projeções de crescimento estão em 6,5% neste ano e 5,9% no seguinte, e no da Rússia em 2,2% e 1,3% respectivamente.
A Opep ainda comenta que, em novembro, o barril de seu petróleo de referência (ORB, na sigla em inglês) caiu 7,5% ante o mês anterior, a uma média de US$ 84,92, com tendência de baixa e maior volatilidade no período.
A Organização elevou em 30 mil barris por dia (bpd) sua expectativa para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2023, para uma média de 4,1 milhões de bpd. O resultado representa um avanço de 400 mil bpd ante o ano anterior, e é influenciado pela produção "mais forte que o esperado" vista em outubro, afirma o cartel.
A Opep também afirmou esperar produção ainda maior no quarto trimestre deste ano, por conta da abertura de novas unidades, melhora na performance de ativos existentes e poucos eventos de manutenção.
Para 2024, o cartel manteve expectativa de alta em 120 mil barris na comparação anual, a 4,2 milhões de bpd.
Em outubro, a produção de petróleo do Brasil teve queda de 135 mil bpd ante o mês anterior, para uma média de 3,5 milhões de bpd. Já a produção de gás natural liquefeito ficou praticamente estável, em 80 mil bpd, e deve seguir assim em novembro.
A produção total de combustíveis líquidos do Brasil recuou 134 mil bpd em outubro, para uma média de 4,3 milhões de bpd. De acordo com a Opep, os números ainda representam um nível forte da produção brasileira, uma vez que seguem próximos ao nível recorde alcançado em setembro, de 4,4 milhões de bpd.
A Opep manteve sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, em 2,5%, conforme o relatório mensal. O cartel também manteve sua projeção para 2024 esperando alta no PIB brasileiro de 1,2%.
Segundo o relatório, o crescimento econômico do Brasil deve permanecer estável até o final deste ano, apesar de dados recentes do quarto trimestre sugerirem "uma pequena desaceleração".
A Opep prevê que a força da atividade residirá em demanda doméstica robusta e no setor industrial, observando sinais positivos na recuperação dos índices de gerentes de compras (PMI na sigla em inglês), aceleração na confiança do consumidor e arrefecimento da inflação.
Para o cartel, a inflação deve desacelerar para cerca de 4% em 2023 e estabilizar em torno de 3,5% em 2024 - ambos abaixo das previsões anteriores de 5% e 4%, respectivamente, sugerindo "uma trajetória favorável" dos preços. Contudo, a Opep alerta que "há uma nota de incerteza relacionada a disciplina fiscal" e avalia que este fator implica incertezas também para o cenário econômico.
Apesar de projetar uma desaceleração da inflação e continuidade dos cortes de juros pelo BC do Brasil, a Opep elevou sua previsão para a taxa da Selic no fim de 2024, de 8% nas estimativas de setembro para 10%. A mudança sugere que o cartel espera ritmo menor na redução dos juros brasileiros durante o próximo ano, embora mantenha expectativa de que as taxas terminem 2023 em 12,25%.