Boehner fala com jornalistas em Washington: presidente da câmara criticou Obama antes da reunião por colocar empregos e a recuperação econômica em risco (Kevin Lamarque/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2012 às 07h31.
Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, tiveram uma reunião "franca" na quinta-feira, em um esforço para acabar com o impasse nas negociações a fim de evitar um enorme aumento de impostos e cortes de gastos, o chamado "abismo fiscal".
Com o prazo do final do ano ficando cada vez mais próximo, os dois líderes conversaram na Casa Branca, à medida que acumulam-se frustrações pela recente falta de progresso nas negociações, que se reduziram a rodadas diárias de acusações mútuas.
Assessores de ambos os lados usaram linguagem similar para descrever a reunião, que teve duração de 50 minutos, chamando-a de "franca" e repetindo que as vias de comunicação continuavam abertas.
A reunião, da qual o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, também participou, foi anunciada depois de críticas de ambos os lados pela falta de progresso e após queda nas ações norte-americanas devido a temores de que a economia possa entrar de novo em recessão, caso os políticos não consigam driblar o impasse em Washington.
Boehner criticou Obama antes da reunião por colocar empregos e a recuperação econômica em risco, ao insistir em elevar as taxas de impostos para os 2 por cento mais ricos da população norte-americana.
O porta-voz da Casa Branca Jay Carney respondeu reafirmando o comprometimento de Obama em elevar as taxas para os mais ricos e reclamando de que não houve nenhuma ação dos republicanos sobre este tópico crucial.
"O que nós não temos visto nos republicanos é qualquer movimentação sobre esta questão fundamental", disse Carney a repórteres.
Em uma entrevista a afiliada da TV CBS em Minnesota, Obama disse que estava esperançoso em conseguir um acordo e disposto a fazer mais cortes nos gastos, desde que o aumento de receita com maiores impostos para os mais ricos façam parte do acordo.
"Estou disposto a fazer muito mais cortes nos gastos. Nós também precisamos equiparar com um pouco mais de receita", afirmou ao canal WCCO.