Vendedoras dormindo em loja no mercado de Yiwu na China (Divulgação/Anaide Gregory Studio)
João Pedro Caleiro
Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 17h01.
São Paulo - Os espanhóis tem a siesta. Os chineses tem o xiu xiu. É o hábito de dormir no trabalho depois do almoço, que vem dos tempos de Mao Tsé-Tung. E isso não é sinal de preguiça, pelo contrário.
"A fatiga é sinal de zelo e eficiência, e tirar um cochilo é recomendado pelo governo para retomar a força e voltar bem ao trabalho. Consequentemente, aqueles que não praticam o xiu xiu são considerados preguiçosos, porque não trabalharam ao limite da exaustão", dizem os suíços Gregory Brunisholz e Anaïde Davoudlarian, do estúdio Anaide Gregory.
Financiados pela Swatch, eles passaram cinco meses, em 2013, viajando pela China para mostrar como funciona o maior produtor de manufatura do mundo. As fotos da jornada renderam um livro que já está à venda.
Uma das paradas da dupla foi em Yiwu, o maior mercado por atacado do país. Os números são assombrosos: 2,5 milhões de metros quadrados, 1.500 contêineres movimentados por dia e 1,5 milhão de produtos espalhados por 70 mil lojas.
Foi lá que eles testemunharam a frequência do xiu xiu. Veja nas fotos.