Economia

FMI destaca papel de reformas na recuperação econômica do Brasil

Para o fundo, o congelamento dos gastos, em termos reais, ajudará na redução do déficit de maneira relativamente rápida

Henrique Meirelles: o ministro da Fazenda desembarcou hoje (19) em Washington para participar das reuniões de Primavera do FMI e do Banco Mundial (Adriano Machado/Reuters)

Henrique Meirelles: o ministro da Fazenda desembarcou hoje (19) em Washington para participar das reuniões de Primavera do FMI e do Banco Mundial (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de abril de 2017 às 20h23.

O relatório Monitor Fiscal, lançado hoje (19) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), destaca o papel da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Gastos Públicos e o esforço do governo brasileiro para fazer a reforma da Previdência como fatores importantes para a retomada do crescimento econômico no país.

O fundo avalia que o Brasil deve sair de uma recessão que dura dois anos em 2017 e deve avançar em suas reformas, cujos objetivos, segundo o documento, são reconstruir a credibilidade e a sustentabilidade fiscal do país.

O FMI diz que o congelamento dos gastos, em termos reais, vai ajudar a reduzir o déficit de maneira relativamente rápida, ainda que a proporção dívida bruta do governo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) do país deva continuar a crescer ao menos até 2022, quando representará 87,8%.

Em 2008, o número era de 61,9%, segundo a instituição, e em 2016, atingiu 78,3%.

Segundo o relatório, o Brasil voltará a ter superávit primário a partir de 2020.

Nesse ano, o valor será de 0,7%, e deve crescer no ano seguinte, 2021, para 1,1% e em 2022 para 1,6%.

O superávit primário é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando gastos com pagamento de juros.

Segundo o relatório, os déficits fiscais (diferença negativa entre os rendimentos e as despesas públicas em um determinado prazo) nas economias médias e emergentes aumentaram pelo quarto ano seguido, de uma média de 0,9% do PIB em 2012 para 4,8% em 2016, o maior número das últimas duas décadas.

O aumento foi devido ao crescimento lento e à baixa nos preços das commodities (mercadorias em estado bruto ou produtos primários comercializados internacionalmente, como café, algodão, soja, boi gordo, minério de ferro e cobre), aliados a fatores políticos.

Brasil, China e países exportadores de petróleo foram os responsáveis pela maior parte do crescimento do déficit entre 2012 e 2016.

Crescimento no Brasil

A previsão do FMI para o crescimento do Brasil por meio do relatório Panorama Econômico Mundial (World Economic Outlook) apresentado ontem (18) para este ano é de 0,2%.

A previsão de crescimento para 2018 ficou em 1,7%.

O relatório do FMI mostra que, com a recuperação há muito esperada na indústria e no comércio, a projeção de crescimento para a economia mundial aumentou de 3,1% em 2016 para 3,5% em 2017 e 3,6% em 2018, maior do que a previsão do último relatório de outubro do ano passado.

Meirelles em Washington

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, desembarcou hoje (19) em Washington para participar das reuniões de Primavera do FMI e do Banco Mundial.

Segundo a agenda oficial divulgada pelo ministério, amanhã (20) pela manhã ele se reúne com o representante do Brasil no FMI, Alexandre Tombini, o diretor executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto, e, em seguida, tem um encontro bilateral com o ministro de Finanças da China, Xiao Jie.

Ao meio-dia, ele participa de um painel organizado pelo Atlantic Council chamado A Economia do Brasil e o Futuro da Classe Média e, à tarde, reúne-se com investidores e com o ministro das Finanças da Austrália, Mathias Cormann, com o presidente-executivo do BNP Paribas, Jean Lemierre, e com representantes da agência de classificação de risco Moody's.

À noite, o ministro tem um jantar com os ministros de Finanças e presidentes de Banco Central dos países do G-20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia).

Meirelles tem agenda em Washington até sábado (22).

Acompanhe tudo sobre:FMIGoverno TemerHenrique MeirellesReforma da Previdência

Mais de Economia

BC da Argentina faz 7º corte de juros no governo Milei; taxa vai a 35% ao ano

Pré-sal tem recorde de produção em setembro

Impostômetro: brasileiros já pagaram R$ 3 trilhões em impostos em 2024, alta de 20%