Economia

Com novo reajuste, gasolina da Petrobras já acumula alta de 34,7% no ano

Novo aumento será de 10,2%, elevando valor médio do litro para R$ 2,48. Será o quarto reajuste em 2021. Diesel também vai subir

Senado aprovou pacote de projetos para reduzir preço de combustíveis (Busakorn Pongparnit/Getty Images)

Senado aprovou pacote de projetos para reduzir preço de combustíveis (Busakorn Pongparnit/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 19h14.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2021 às 14h49.

A Petrobras vai reajustar os valores da gasolina e do diesel a partir de amanhã, sexta-feira, nas refinarias. Com o novo aumento da gasolina - o quarto em 2021 - o preço do combustível vai acumular alta de 34,7% no ano.

De acordo com a estatal, o novo reajuste será de 10,2%, elevando o preço médio do litro da gasolina para R$ 2,48. O aumento não será necessariamente acompanhado nas bombas nessa proporção, pois vários fatores influenciam o preço final do combustível, como tributos e o lucro das distribuidoras.

O diesel também vai subir. O preço nas refinarias será de R$ 2,58 por litro, uma alta de 15,1%. Em seu terceiro reajuste anual, o diesel acumulará avanço de 27,7%.

A Petrobras atribui o reajuste ao aumento do preço do petróleo no mercado internacional. A onda de frio que assola os Estados Unidos vem pressionando os preços do barril, já que há uma redução na produção nas refinarias americanas e um aumento no consumo por energia para aquecimento. Assim, nesta quinta-feira, o valor superou os US$ 65, no maior patamar desde janeiro de 2020. No início da tarde desta quinta-feira, o Brent sobe 0,05%, a US$ 64,37

"O alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros refinadores, além da Petrobras", disse a empresa em nota.

A estatal disse ainda que o "equilíbrio competitivo é responsável pelas reduções de preços quando a oferta cresce no mercado internacional, como ocorrido ao longo de 2020".

Os recentes aumentos do diesel e da gasolina têm preocupado caminhoneiros e pessoas que trabalham com transporte público.

No último dia 12 de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto que altera a cobrança do ICMS sobre combustíveis, em meio à pressão de caminhoneiros por conta dos aumentos constantes no preço dos combustíveis.

O projeto do governo estabelece um valor fixo e único de ICMS dos combustíveis para todos os estados.

Mas, do outro lado, os estados afirmam que a alta nos preços não tem relação com a tributação estadual e atribuem o problema à politica de preços da Petrobras.

Recentemente, veio a público que a companhia havia alterado a periodicidade de acompanhamento dos preços dos combustíveis no mercado internacional. Pela mudança, a estatal elevou de três para até 12 meses o período para compensar a defasagem.

Gasolina iguala preços no exterior

Segundo a Abicom, que representa os importadores, a gasolina conseguiu se igualar aos preços praticados no exterior. Já o diesel ainda conta com uma defasagem de R$ 0,10, segundo estimativas da associação.

A estatal explicou que os preços que são praticados e suas variações para mais ou para menos estão associados ao mercado internacional e à taxa de câmbio. Atualmente, o preço do petróleo se encontra acima de US$ 60, maior patamar desde o início de 2020.

Em nota, a estatal disse que o "equilíbrio competitivo é responsável pelas reduções de preços quando a oferta cresce no mercado internacional, como ocorrido ao longo de 2020".

A estatal disse ainda que até chegar ao consumidor os preços têm acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.

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