Economia

Banco Central pergunta ao mercado o impacto da limitação do ICMS sobre inflação

O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre nos dias 14 e 15 de junho. Atualmente, a taxa Selic está em 12,75% ao ano

Banco Central: outra novidade desse questionário foi o pedido de detalhamento pelo BC das razões que provocaram mudanças nas projeções de IPCA para 2022 e 2023 desde o último encontro do Copom, em maio (Buda Mendes/Getty Images)

Banco Central: outra novidade desse questionário foi o pedido de detalhamento pelo BC das razões que provocaram mudanças nas projeções de IPCA para 2022 e 2023 desde o último encontro do Copom, em maio (Buda Mendes/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de junho de 2022 às 15h36.

Última atualização em 3 de junho de 2022 às 16h00.

Com a alta dos preços no centro do debate político no País, o Banco Central perguntou aos analistas do mercado financeiro o potencial impacto que uma aprovação da limitação da alíquota de imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) sobre os combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo teria sobre as projeções de IPCA o índice oficial de inflação. A pergunta sobre a medida em tramitação no Congresso Nacional foi feita no questionário pré-Copom e o BC pede também quanto do impacto estimado já está incorporado nas estimativas inflacionárias.

O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre nos dias 14 e 15 de junho. Atualmente, a taxa Selic está em 12,75% ao ano.

O projeto já foi aprovado pela Câmara e está em tramitação no Senado, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) já entrou no jogo para tentar um acordo entre o governo federal e os Estados. Na prática, a medida aprovada na Câmara limita a alíquota do ICMS cobrado sobre esses produtos a 17%.

Outra novidade desse questionário foi o pedido de detalhamento pelo BC das razões que provocaram mudanças nas projeções de IPCA para 2022 e 2023 desde o último encontro do Copom, em maio. Atualmente, o foco da política monetária se concentra todo no ano que vem, horizonte para o qual as projeções do mercado também já se mostram bem afastadas do centro da meta (3,25%). Da mesma forma, o BC pede para as instituições explicarem os principais riscos para as suas previsões centrais.

Além disso, a autoridade monetária também perguntou, como de costume, quais são as projeções oficiais dos analistas para a inflação, assim como o viés, ou seja, se é mais provável continuarem estáveis, subirem ou caírem.

O restante do questionário também repete edições anteriores, com perguntas sobre as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 e 2023, assim como da China, dos Estados Unidos e da Zona do Euro. Há também pedidos de projeções de inflação para essas regiões, além de questionamentos sobre os principais riscos externos para o Brasil e sobre a evolução da taxa de juro americana assunto que tem movimentado os mercados recentemente.

Há ainda pedido de estimativas sobre o hiato do produto, o crédito, as contas externas e as variáveis fiscais do País, assim como um pedido de avaliação sobre a situação das contas públicas desde o último Copom.

LEIA TAMBÉM:

BC sinaliza fim de alta da Selic: é hora de investir em prefixados?

Estimativas para Selic chegam a 14% com inflação pressionada

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomeconomia-brasileiraICMSInflação

Mais de Economia

Moody's: Argentina levará tempo para atingir “grau de investimento"

Benefícios fiscais estaduais quase triplicam em cinco anos e devem atingir R$ 267 bi em 2025

Ajuste fiscal: Governo avalia propor ao Congresso trava para limitar crescimento de emendas

Haddad diz que corte de gastos 'não diz respeito a esse ou aquele ministério'