Economia

Abras reduz projeção de vendas do setor supermercadista em 2018

Segundo associação, vendas devem ter alta de 2,53 por cento, uma revisão para baixo da expectativa inicial de crescimento de 3 por cento

Supermercados: ajuste na previsão de vendas do setor foi motivado pela atual conjuntura macroeconômica (Alexandre Battibugli/Exame)

Supermercados: ajuste na previsão de vendas do setor foi motivado pela atual conjuntura macroeconômica (Alexandre Battibugli/Exame)

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Reuters

Publicado em 31 de julho de 2018 às 15h27.

São Paulo - As vendas de supermercados no Brasil devem ter alta de 2,53 por cento em 2018, informou nesta terça-feira a associação que representa o setor, Abras, revisando para baixo a expectativa inicial de crescimento de 3 por cento.

O ajuste foi motivado pela atual conjuntura macroeconômica, incluindo a queda na previsão do PIB para o ano, a inflação em 12 meses mais próxima da meta do governo após a paralisação de caminhoneiros, a alta do dólar e a queda na produção industrial, informou a Abras.

Ainda assim, o desempenho projetado para 2018 supera a alta de 1,25 por cento nas vendas do setor supermercadista no ano passado e, se confirmado, será o melhor desde 2013, quando o crescimento foi de 5,36 por cento.

No primeiro semestre, os supermercados brasileiros venderam 2 por cento mais em termos reais na comparação anual, mostrou o levantamento da associação. Apenas em junho, as vendas subiram 3,37 por cento ano a ano, mas recuaram 0,7 por cento sobre o mês anterior.

Conforme o superintendente da Abras, Marcio Milan, a queda em relação a maio já era esperada e reflete a antecipação das compras em meio à greve dos caminhoneiros no fim de maio. "Algumas pessoas estocaram produtos no final de maio com a preocupação de que a paralisação se estendesse por mais tempo", disse, citando ainda o desabastecimento de alguns itens em junho.

Milan destacou que a greve dos caminhoneiros também abalou o otimismo do setor, com o índice de confiança do supermercadista elaborado pela Abras em parceria com a GfK caindo a 46,9 pontos no mês passado, ante 51,2 por cento em abril e 48,4 em igual mês de 2017.

Já a cesta de produtos Abrasmercado encareceu 2,7 por cento em junho na base mensal, para 457,27 reais. "Esperávamos que preços em junho subissem, mas não nesse patamar", comentou o diretor de relacionamento da GfK.

De acordo com ele, a expectativa é de que os preços subam menos nos próximos meses, devendo encerrar o ano com uma alta próxima a 4 por cento ou ligeiramente acima do IPCA.

No mês passado, os itens que mais encareceram foram leite longa vida (+20,87 por cento), batata (+8,3 por cento), frango congelado (+8,13 por cento) e queijo mussarela (+5,81 por cento). Na outra ponta, cebola, creme dental, farinha de mandioca e tomate foram os que tiveram a maior variação negativa.

Regionalmente, apenas o Nordeste registrou queda mensal nos preços da cesta de produtos (-1,59 por cento), enquanto o Sudeste apresentou a maior alta (+6,7 por cento), seguido por Centro-Oeste (+3,65 por cento), Sul (+3,05 por cento) e Nordeste (+2,48 por cento).

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