Uma mensagem do Pacto Global da ONU sobre saúde mental nas corporações
Em sua coluna desta semana, Viviane Martins, CEO da Falconi, traz insights de Nova York para empresas refletirem sobre a questão da saúde mental
Publicado em 19 de setembro de 2022 às, 20h30.
Última atualização em 19 de setembro de 2022 às, 20h33.
No último sábado (17/09), tive a honra de subir ao palco do "SDGs in Brazil", principal evento de uma série de encontros promovida pelo capítulo brasileiro do Pacto Global da ONU na sede das Nações Unidas, em Nova York, focado no avanço rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da agenda 20/30.
O convite foi para discutir a questão da saúde mental dentro das corporações, um tema amplamente debatido, mas cujos planos para sua melhoria ainda têm, de modo geral, muito o que avançar, inclusive em termos de gestão e metodologia. Visto que a saúde mental não pode ser uma questão reservada somente ao indivíduo, é providencial que a companhia conheça os fatores danosos e os potenciadores, bem como medidas preventivas a adotar.
Quando, em uma empresa, papéis, responsabilidades e recursos não estão bem definidos, o resultado é confusão, exaustão e, até mesmo, burnout. Isso está tirando muitas pessoas dos seus trabalhos e de suas famílias. Infelizmente, isso não é tudo. Pesquisas mostram que a solidão se tornou um problema gigantesco para os indivíduos, que se sentem, literalmente, sozinhos dentro das companhias.
Para isso mudar, só há um caminho: o do acolhimento/pertencimento. A pessoa precisa se sentir pertencente ao seu grupo, acolhida e amparada por ele. A empresa pode, e deve, trabalhar em prol da superação de questões referentes ao tema através da colaboração. Mais produtivo e inovador em termos de negócios, um ambiente colaborativo também ajuda as pessoas a combaterem o sentimento de isolamento e solidão.
Ao longo do evento, conversamos também sobre outro passo importante nesta jornada em prol de um ambiente corporativo psicologicamente mais seguro: o diálogo. A comunicação frequente e transparente, e o constante exercício da escuta ativa trazem acolhimento aos funcionários, individualmente, e ao time como um todo. Em muitos casos, é exatamente isso que o indivíduo precisa.
Mas se práticas organizacionais existem, sim, para prevenir o problema, isso não deve nos eximir (nós, as companhias) de ajudar na solução quando o problema já está instalado. Seja na prevenção, seja na solução, acredito que é crucial as empresas aprenderem mais sobre como lidar com situações envolvendo questões emocionais e a saúde mental.
Uma empresa muda a vida das pessoas quando seus líderes compreendem as necessidades da equipe de maneira integrada. E que, para enfim termos o fundamental de segurança psicológica, é necessário melhor preparo das lideranças, maior colaboração e, de novo, comunicação frequente e intensa. É um desafio, sim, mas também uma oportunidade de evoluir um pouco mais a cada dia.