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Você já aprendeu a ser um líder?

É necessário trabalhar para definir estratégias, direções para a empresa e sua equipe, além de montar a equipe correta e mantê-la alinhada para executar tais estratégias

Você já parou para pensar o motivo para grandes negócios, que se encontram no topo da S&P 500, quebram ao longo do tempo? (divulgação/Getty Images)
Você já parou para pensar o motivo para grandes negócios, que se encontram no topo da S&P 500, quebram ao longo do tempo? (divulgação/Getty Images)
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Tallis Gomes

Publicado em 23 de dezembro de 2020 às, 16h45.

Ninguém simplesmente nasce um excelente líder. Na verdade, essa é uma grande dificuldade para muitas das pessoas que começam a subir na carreira ou montam seu próprio negócio. É natural a pessoa patinar nesta posição, até aprender a ser um líder.

A maioria dos fundadores começam seus business sem um grande background em liderança. Por isso, acabam aprendendo na dor como liderar um negócio, criar uma cultura forte e ainda manter uma visão inovadora para o médio e longo prazo.

O primeiro passo para desenvolver suas habilidades de liderança é entender que você tem duas tarefas diferentes: ser um manager e ser líder. Elas parecem ser uma só, mas é preciso se destacar em ambas para ter sucesso. Um grande líder tem que focar em três fatores macros: pessoas, visão e cultura.

É necessário trabalhar para definir estratégias, direções para a empresa e sua equipe, além de montar a equipe correta e mantê-la alinhada para executar tais estratégias. Também é preciso  estabelecer metas, auxiliar quando necessário, monitorar o progresso e reavaliar tudo de tempos em tempos, adequando quando necessário.

Esse framework é a essência das responsabilidades para gerenciar sua empresa ou time. Porém, se você se concentrar apenas na parte gerencial como CEO, é muito improvável que construa uma empresa vencedora. É a parte da liderança que fará da sua empresa uma gigante. Temos managers incríveis, mas poucos grandes líderes.

Seja um facilitador

Um ponto importantíssimo: o líder deve ser o facilitador do negócio, garantindo que as pessoas que estão contigo no dia a dia possuam todos os ativos para exercer sua atividade com maestria.

O problema é que muitos confundem "facilitador" com "totalitário". Querem ter sua mão em tudo e tomar todas as decisões do negócio. Ao invés de facilitar, acabam por prejudicar a autonomia e criatividade da equipe. E da empresa no longo prazo.

Bons líderes reconhecem o valor do seu tempo e, por isso, costumam focar seus esforços naquilo que de fato gera valor e que não poderia ser delegado. Experimente dar mais liberdade para os líderes de suas equipes e aloque esse tempo livre em exercícios e estudos. Com isso você já vai ganhar MUITO em produtividade.

Delegue tudo que é delegável, esqueça processos financeiros, aprovação de campanhas de marketing e afins. Aplique um ótimo processo de recrutamento junto com seu RH e esteja presente nas entrevistas e admissões dos cargos-chave. Garantindo a contratação de profissionais de alto nível e dando a liberdade que eles precisam, a empresa e sua sanidade mental agradecem!

Bons líderes garantem a sobrevivência

Qual é o risco da falta de liderança? É uma liderança efetiva e inovadora o que vai garantir a sobrevivência da empresa frente às mudanças no longo prazo – ouvindo todas as pessoas que fazem parte do negócio e guiando a empresa para o caminho certo.

Você já parou para pensar o motivo para grandes negócios, que se encontram no topo da S&P 500, quebram ao longo do tempo? Mesmo com tanto caixa, uma base de clientes tão grande e dominando um market share relevante, conseguem perder tudo que construíram em um piscar de olhos.

Bem, para quem vê de fora, essa queda abrupta pode até parecer do dia para noite. Mas a verdade é que isso é um reflexo de características nocivas para qualquer negócio: falta de adaptabilidade,  arrogância e a ideia de apenas replicar o que se faz. Neste ponto do negócio, as lideranças não existem e foram todas substituídas por meros managers, que só replicam um modelo sem conseguir sair dele.

A falta da cultura de transformação foi o que fez a Blockbuster negligenciar o poder do streaming até que surgisse a Netflix. Ignorar as dores do público-alvo foi o que fez grandes restaurantes nem pensarem em construir um app de delivery antes do iFood ou Rappi. A economia em P&D e a falta de visão foi o que fez com que uma grande rede de hotelaria não criasse o que seria o Airbnb.

E aí, quando essas inovações que mudam um mercado surgem, o questionamento é sempre o mesmo: "Como nunca pensamos nisso antes?!".  Bem, alguém deve ter pensado. Mas escutar uma ideia sem a disposição para transformá-la em execução é exatamente a mesma coisa que não escutá-la.

Por conta disso, possuir líderes transformadores no seu negócio é transformador de vida. Ao mesmo passo que eles puxarão o time para novas iniciativas, mostrarão inovação na prática – sendo exemplo direto para todos os colaboradores. E naturalmente, a cultura da adaptabilidade começa a ser inserida com isso.

É claro que o trabalho é duro e ser tão adaptável traz maiores riscos. Exige um tanto de coragem e muito framework para que, da mesma forma que as inovações surjam rápido, comandem uma mudança de direção caso errem. Só uma liderança efetiva consegue garantir o funcionamento de uma cultura dessas.