Saúde mental em tempos desafiadores
No atual contexto de incertezas e de aumento de pressão, é preciso incentivar os times a buscar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Colunista
Publicado em 5 de maio de 2023 às 08h30.
O mês de maio é sempre marcado por muita reflexão e debate sobre o trabalho. Entre as inúmeras questões ligadas a esse tema tão relevante para todos, uma das que mais me chamam a atenção é a saúde mental. É impossível, nos dias de hoje, esperar que um colaborador com depressão, ansiedade e outros tipos de transtornos e de problemas pessoais possa dar o seu melhor para a própria carreira ou para a empresa.
Caiu por terra a ideia de que quando vamos para o escritório deixamos em casa nossas dificuldades e vestimos uma capa de super-herói. Na verdade, tende a ser o contrário. A tensão natural que existe no ambiente corporativo costuma evidenciar quem está ou não de bem com a vida e com suas atividades profissionais. Indo além, até mesmo alguém feliz pode ser negativamente impactado pelo trabalho se o clima organizacional for tóxico na maior parte do tempo.
Uma das faces mais visíveis do adoecimento mental de um funcionário é a queda de seu rendimento, da interação com colegas e da disposição para ter iniciativa e engajamento. Por isso mesmo as empresas podem e devem desenvolver estratégias para cuidar da felicidade das equipes. E a palavra-chave é exatamente esta: felicidade.
De acordo com a 23ª edição do Índice de Confiança Robert Half, 31% dos desempregados que participaram do estudo indicaram que a saída do último emprego se deu de forma voluntária. Entre os aspectos que motivaram o pedido de demissão, 58% deles destacaram a ausência de felicidade. Essa motivação ficou em primeiro lugar, lado a lado com a falta de perspectiva de crescimento na organização, também apontada por 58% dos entrevistados.
O risco de infelicidade se torna ainda mais preocupante quando consideramos o contexto atual, em que há uma dose de incerteza sobre os rumos da economia e o crescimento do País. É o típico cenário em que a pressão sobre o desempenho dos times aumenta bastante e a saúde mental pode ser prejudicada.
Entre tantas ações que podem ser adotadas pelas companhias, cito uma que é básica e prioritária: olhar para o próprio umbigo, ou seja, entender de que o quadro funcional precisa e o que espera para garantir o bem-estar emocional. De nada adianta criar projetos incríveis, porém descolados dos anseios dos funcionários.
Os resultados de uma enquete realizada no LinkedIn pela Robert Half ajudam a pensar no caminho das pedras. Diante da pergunta “Como você equilibra sua vida pessoal e profissional?”, 1.066 profissionais escolheram as seguintes medidas: planejamento de tarefas (33%), limite de horário (27%), atividades físicas (26%) e autoconhecimento (14%). Note que as duas primeiras ações estão diretamente relacionadas a valores e atitudes da empresa, e não a implantação de projetos como serviço de psicologia, ioga ou academia. Conforme a sondagem, uma empresa que investisse no treinamento de gestão do tempo, por exemplo, estaria na rota certa para estimular o equilíbrio entre vida pessoal e profissional entre os colaboradores.
É fundamental que cada organização descubra qual é a melhor forma de lidar com esse desafio. Os profissionais, por sua vez, também devem se responsabilizar pelo próprio bem-estar e fazer a sua parte. A seguir, compartilho algumas ações que ajudam a elevar a felicidade pessoal e profissional:
- aprimoramento contínuo – investir na aquisição de novas habilidades é um ótimo meio de aumentar as oportunidades de sucesso, de descobrir novas perspectivas na trajetória profissional e até mesmo de fazer networking;
- faça bem-feito – realizar um trabalho com qualidade, atingir metas e superar expectativas ajuda e muito a se sentir bem com o próprio desempenho e a ter mais energia para trabalhar e viver;
- seja positivo – encontre meios de manter o bom humor e a leveza ao enfrentar os desafios da vida. Enxergar as situações difíceis com mais otimismo não apenas ajuda a própria pessoa como contagia as demais positivamente;
- invista em “hobbies” – esse chavão não sai de moda porque funciona para muita gente. Caminhar, dançar, escalar, colecionar – são muitas as atividades que tiram o foco do trabalho e podem proporcionar diversão, relaxamento e aprendizado.
Todos os esforços em favor do equilíbrio da vida profissional e pessoal têm muito mais efeito se partirem das lideranças, no dia a dia. Líderes que respeitam horários, têm atividades interessantes fora do trabalho, são abertos ao diálogo, entre outras atitudes saudáveis, estimulam seus times a fazer o mesmo. Bons exemplos inspiram e trazem mudanças. Aqui, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar
O mês de maio é sempre marcado por muita reflexão e debate sobre o trabalho. Entre as inúmeras questões ligadas a esse tema tão relevante para todos, uma das que mais me chamam a atenção é a saúde mental. É impossível, nos dias de hoje, esperar que um colaborador com depressão, ansiedade e outros tipos de transtornos e de problemas pessoais possa dar o seu melhor para a própria carreira ou para a empresa.
Caiu por terra a ideia de que quando vamos para o escritório deixamos em casa nossas dificuldades e vestimos uma capa de super-herói. Na verdade, tende a ser o contrário. A tensão natural que existe no ambiente corporativo costuma evidenciar quem está ou não de bem com a vida e com suas atividades profissionais. Indo além, até mesmo alguém feliz pode ser negativamente impactado pelo trabalho se o clima organizacional for tóxico na maior parte do tempo.
Uma das faces mais visíveis do adoecimento mental de um funcionário é a queda de seu rendimento, da interação com colegas e da disposição para ter iniciativa e engajamento. Por isso mesmo as empresas podem e devem desenvolver estratégias para cuidar da felicidade das equipes. E a palavra-chave é exatamente esta: felicidade.
De acordo com a 23ª edição do Índice de Confiança Robert Half, 31% dos desempregados que participaram do estudo indicaram que a saída do último emprego se deu de forma voluntária. Entre os aspectos que motivaram o pedido de demissão, 58% deles destacaram a ausência de felicidade. Essa motivação ficou em primeiro lugar, lado a lado com a falta de perspectiva de crescimento na organização, também apontada por 58% dos entrevistados.
O risco de infelicidade se torna ainda mais preocupante quando consideramos o contexto atual, em que há uma dose de incerteza sobre os rumos da economia e o crescimento do País. É o típico cenário em que a pressão sobre o desempenho dos times aumenta bastante e a saúde mental pode ser prejudicada.
Entre tantas ações que podem ser adotadas pelas companhias, cito uma que é básica e prioritária: olhar para o próprio umbigo, ou seja, entender de que o quadro funcional precisa e o que espera para garantir o bem-estar emocional. De nada adianta criar projetos incríveis, porém descolados dos anseios dos funcionários.
Os resultados de uma enquete realizada no LinkedIn pela Robert Half ajudam a pensar no caminho das pedras. Diante da pergunta “Como você equilibra sua vida pessoal e profissional?”, 1.066 profissionais escolheram as seguintes medidas: planejamento de tarefas (33%), limite de horário (27%), atividades físicas (26%) e autoconhecimento (14%). Note que as duas primeiras ações estão diretamente relacionadas a valores e atitudes da empresa, e não a implantação de projetos como serviço de psicologia, ioga ou academia. Conforme a sondagem, uma empresa que investisse no treinamento de gestão do tempo, por exemplo, estaria na rota certa para estimular o equilíbrio entre vida pessoal e profissional entre os colaboradores.
É fundamental que cada organização descubra qual é a melhor forma de lidar com esse desafio. Os profissionais, por sua vez, também devem se responsabilizar pelo próprio bem-estar e fazer a sua parte. A seguir, compartilho algumas ações que ajudam a elevar a felicidade pessoal e profissional:
- aprimoramento contínuo – investir na aquisição de novas habilidades é um ótimo meio de aumentar as oportunidades de sucesso, de descobrir novas perspectivas na trajetória profissional e até mesmo de fazer networking;
- faça bem-feito – realizar um trabalho com qualidade, atingir metas e superar expectativas ajuda e muito a se sentir bem com o próprio desempenho e a ter mais energia para trabalhar e viver;
- seja positivo – encontre meios de manter o bom humor e a leveza ao enfrentar os desafios da vida. Enxergar as situações difíceis com mais otimismo não apenas ajuda a própria pessoa como contagia as demais positivamente;
- invista em “hobbies” – esse chavão não sai de moda porque funciona para muita gente. Caminhar, dançar, escalar, colecionar – são muitas as atividades que tiram o foco do trabalho e podem proporcionar diversão, relaxamento e aprendizado.
Todos os esforços em favor do equilíbrio da vida profissional e pessoal têm muito mais efeito se partirem das lideranças, no dia a dia. Líderes que respeitam horários, têm atividades interessantes fora do trabalho, são abertos ao diálogo, entre outras atitudes saudáveis, estimulam seus times a fazer o mesmo. Bons exemplos inspiram e trazem mudanças. Aqui, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .
*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar