CRM não é feito só de dados
A melhora variável para direcionar uma estratégia de CRM não é encontrada em um banco de dados, mas sim no propósito da empresa.
Publicado em 14 de março de 2022 às, 11h05.
Última atualização em 14 de março de 2022 às, 11h08.
Por Márcio Oliveira
Sempre segui a premissa de que quanto maior a organização dos dados e o conhecimento sobre os clientes, melhor o relacionamento das empresas com os seus clientes. E as experiências em projetos até então tinham me mostrado que esta lógica ainda funcionava, principalmente para o planejamento e execuções de ações de comunicação e CRM, já que muitas empresas sequer tinham os dados corretos para mandar um simples e-mail, por exemplo.
Mas, confesso que tenho repensado um pouco isso e tenho algumas dúvidas se esta lógica ainda fará sentido para a maioria das empresas num futuro não muito distante, para não dizer já no presente. Afinal, ter as informações sobre os clientes organizadas hoje em dia não é mais diferencial, mas obrigação das empresas e não apenas mais por escolhas estratégicas ou necessidades operacionais, mas também por força da própria Lei Geral de Proteção de Dados, a já famosa LGPD.
Ou seja, na minha opinião, teremos agora várias empresas com os dados tecnicamente bem-organizados, mas ainda se relacionamento muito mal no final das contas. E digo isso, porque acredito que uma outra variável para a qual as empresas costumam fechar os olhos, agora será muito relevante e até decisiva, eu diria.
Esta não é uma variável encontrada em um banco de dados, mas sim no propósito da empresa, que infelizmente ainda não é muito claro para a grande maioria delas. A chamo de Desejo Sincero. E, pensando bem, se uma empresa quer se relacionar bem com seus clientes ela fará isso de qualquer maneira, porque estará no seu propósito, será cultura da empresa e não dependerá necessariamente de um banco de dados organizado ou de alguma tecnologia.
E, no fundo, creio que isso sempre funcionou assim mesmo. Empresas que sempre tiveram o Desejo Sincero de se relacionar bem, de uma forma outra acabavam dando um jeito de depois organizarem os seus dados de clientes, porque sabiam que isso as ajudaria a se relacionar melhor ainda e não apenas a vender mais (objetivo real de muitas que conheci).
E se você trabalha diretamente com relacionamento com clientes e nunca parou para pensar profundamente em nada disso, talvez seja a hora.