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A filosofia de marketing da Apple

Nunca se deve abrir uma empresa com o objetivo de ficar rico. O objetivo deve ser fazer algo em que se acredita e fazer uma empresa que dure.

Retorno da Apple ao topo não significa que a Amazon, líder do ano anterior, tenha perdido terreno (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
MO

Marcio Oliveira

Publicado em 24 de janeiro de 2022 às 10h00.

Última atualização em 14 de março de 2022 às 11h10.

Por Márcio Oliveira

É difícil achar alguém que não tenha uma opinião sobre a Apple. Esta é uma marca que desperta ao mesmo tempo grandes paixões como também muitos questionamentos. Parece até time de futebol.

E nem tem como não se assim, afinal, a Apple tem uma história alardeada em filmes e livros, é conhecida por ter um grande DNA de inovação e disruptura, tem produtos desejados por muitos e que criaram tendências e é atualmente a empresa mais valiosa do mundo novamente, atingindo a marca de US$ 3 trilhões de valor de mercado. Além disso tudo, teve o Steve Jobs, claro.

Sou cliente ainda e na minha opinião, a empresa continua com produtos fantásticos, mas creio que a distância entre os seus concorrentes diminuiu consideravelmente. Por isso, fico pensando se a grande matriz estratégica da empresa que foi elaborada pelo Mark Markkula, primeiro investidor da Apple, juntamente com o Steve Jobs e o Steve Wozniak no início de tudo e que virou os 3 pilares da filosofia de marketing, ainda continuam firmes da mesma forma que antes.

Apenas para lembrar, estes 3 pilares são: Empatia, Foco e Imputar.

Empatia – Ter uma conexão íntima com o cliente. O objetivo aqui era ser melhor do que qualquer outra empresa para entender as reais necessidades dos clientes, mesmo aquelas não ditas.

Foco – Fazer o que realmente importava e descartar tudo aquilo que muitas vezes pareciam ser uma oportunidade, mas que não iria realmente agregar em nada no produto.

Imputar – Uma vez compreendido o que era o melhor para o cliente, fazer tudo com o maior nível de qualidade. Aqui, a experiência do cliente também era incluída e começava já no manuseio da embalagem do produto.

Muitos dizem que a Apple perdeu muito com a morte do Steve Jobs e eu concordo. Talvez se ele ainda estivesse vivo e a frente do negócio, ela não valesse os US$ 3 trilhões, mas talvez fosse mais inovadora do que é hoje. Só lembrando uma das frases marcantes dele: "Nunca se deve abrir uma empresa com o objetivo de ficar rico. O objetivo deve ser fazer algo em que se acredita e fazer uma empresa que dure."

Como cliente, ainda consigo enxergar um pouco de cada um destes 3 pilares no relacionamento com a marca, mas sou cliente antigo e vi de perto os primeiros iPhone, iPod, iPads e fui um dos loucos para ter estes produtos. A minha grande dúvida é o que será que a Apple está construindo para as novas gerações, que não viram o Steve Jobs e talvez não vejam tanta diferenciação assim nem nos produtos, e nem na experiência de relacionamento.

Não estou lá dentro para ver o que estão planejando e o que sobra é apenas a percepção formada pelo que vejo e pela experiência que tenho, mas torço para que a Apple continue sendo uma marca com um apelo de uso maior e melhor até do que as eventuais funcionalidades de um aparelho celular.

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Por Márcio Oliveira

É difícil achar alguém que não tenha uma opinião sobre a Apple. Esta é uma marca que desperta ao mesmo tempo grandes paixões como também muitos questionamentos. Parece até time de futebol.

E nem tem como não se assim, afinal, a Apple tem uma história alardeada em filmes e livros, é conhecida por ter um grande DNA de inovação e disruptura, tem produtos desejados por muitos e que criaram tendências e é atualmente a empresa mais valiosa do mundo novamente, atingindo a marca de US$ 3 trilhões de valor de mercado. Além disso tudo, teve o Steve Jobs, claro.

Sou cliente ainda e na minha opinião, a empresa continua com produtos fantásticos, mas creio que a distância entre os seus concorrentes diminuiu consideravelmente. Por isso, fico pensando se a grande matriz estratégica da empresa que foi elaborada pelo Mark Markkula, primeiro investidor da Apple, juntamente com o Steve Jobs e o Steve Wozniak no início de tudo e que virou os 3 pilares da filosofia de marketing, ainda continuam firmes da mesma forma que antes.

Apenas para lembrar, estes 3 pilares são: Empatia, Foco e Imputar.

Empatia – Ter uma conexão íntima com o cliente. O objetivo aqui era ser melhor do que qualquer outra empresa para entender as reais necessidades dos clientes, mesmo aquelas não ditas.

Foco – Fazer o que realmente importava e descartar tudo aquilo que muitas vezes pareciam ser uma oportunidade, mas que não iria realmente agregar em nada no produto.

Imputar – Uma vez compreendido o que era o melhor para o cliente, fazer tudo com o maior nível de qualidade. Aqui, a experiência do cliente também era incluída e começava já no manuseio da embalagem do produto.

Muitos dizem que a Apple perdeu muito com a morte do Steve Jobs e eu concordo. Talvez se ele ainda estivesse vivo e a frente do negócio, ela não valesse os US$ 3 trilhões, mas talvez fosse mais inovadora do que é hoje. Só lembrando uma das frases marcantes dele: "Nunca se deve abrir uma empresa com o objetivo de ficar rico. O objetivo deve ser fazer algo em que se acredita e fazer uma empresa que dure."

Como cliente, ainda consigo enxergar um pouco de cada um destes 3 pilares no relacionamento com a marca, mas sou cliente antigo e vi de perto os primeiros iPhone, iPod, iPads e fui um dos loucos para ter estes produtos. A minha grande dúvida é o que será que a Apple está construindo para as novas gerações, que não viram o Steve Jobs e talvez não vejam tanta diferenciação assim nem nos produtos, e nem na experiência de relacionamento.

Não estou lá dentro para ver o que estão planejando e o que sobra é apenas a percepção formada pelo que vejo e pela experiência que tenho, mas torço para que a Apple continue sendo uma marca com um apelo de uso maior e melhor até do que as eventuais funcionalidades de um aparelho celular.

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