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Sequelas da recessão devem atrasar aceleração da economia

Construtoras e incorporadoras aguardam por uma aceleração da economia no próximo ano apesar do cenário de desemprego

Imóveis em São Paulo: as construtoras continuam tendo dificuldades para conseguir financiamento n (Germano Lüders/Exame)
Imóveis em São Paulo: as construtoras continuam tendo dificuldades para conseguir financiamento n (Germano Lüders/Exame)
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Primeiro Lugar

Publicado em 6 de dezembro de 2018 às, 05h59.

Última atualização em 7 de dezembro de 2018 às, 14h53.

As construtoras e incorporadoras estão entre as empresas mais animadas com a esperada aceleração da economia em 2019. Mas há obstáculos desencorajando um excesso de otimismo neste momento.

O primeiro é que continua difícil e caro para as construtoras — tanto as focadas em imóveis quanto as em obras civis — conseguir financiamento. “Mesmo para companhias grandes e em boa situação, os bancos estão pedindo garantias equivalentes a 200% do crédito”, diz Ricardo Jacomassi, sócio da consultoria de gestão TCP Latam. A consultoria calcula que a construção ainda encolha 0,96% em 2019 (depois de 23% de recuo desde 2014), enquanto estima que o produto interno bruto crescerá 3%. Das oito construtoras focadas em imóveis residenciais negociadas na bolsa B3, cinco acumulam perdas desde 2014, com destaque para a Helbor e a Tecnisa, cujas ações caíram cerca de 80% no período.

Em um cenário com desemprego na casa de 12%, os trabalhadores até se comprometem com compras de bens duráveis, como carros, mas não assumem o compromisso de adquirir um apartamento. Sequelas da recessão também devem atrasar a retomada no mercado corporativo. Por exemplo, no auge da retração da atividade econômica, donos de prédios de escritórios passaram a custear os gastos com a mudança de empresas para seus imóveis em troca de contratos de aluguel mais longos e com multas de rescisão maiores.

“Vai demorar para que esses inquilinos troquem de sede de novo, e isso limita o potencial de reaquecimento do segmento corporativo”, diz Marina Cury, presidente da assessoria imobiliária Newmark Grubb no Brasil.