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Trajetória dos Juros e Cenário Econômico Doméstico

Movimento de corte da taxa de juros, cenário Macro, política de déficit zero e pautas que vem movimentando o mercado financeiro nos últimos dias

Queda dos juros (marchmeena29/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 12h59.

Por Pedro Silvério

Desde o último corte da taxa de juros realizada pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) no começo do mês de novembro, o mercado tem respondido de forma tênue frente aos cortes promovidos pelo comitê. Esse movimento pode ser sentido principalmente em áreas mais sensíveis a cortes de juros, com destaque para os setores de transporte e comércio, apurados nos dados do varejo.

O início que uma política mais expansionista celebrada pelo Bacen ainda nos revela uma certa timidez quanto aos próximos passos da política monetária no cenário doméstico. O BCB ainda entende que o cenário internacional está repleto de incertezas, em suma pela elevação das treasurys longas nos Estado Unidos.

Nos levando a crer que os movimentos de corte de juros da forma que estão acontecendo, sem uma sinalização clara de melhora dos indicadores inflacionários e cenário internacional, podem indicar medidas desesperadas.

Obviamente não é de interesse econômico perpetuar juros altos, uma vez que para que a economia comece a aquecer novamente é necessário um afrouxamento dos juros, mas cabe um posicionamento firme quanto ao estudo do terreno para os cortes.

Na ótica do cenário macro, os dados do mercado de trabalho demonstram estabilidade nos níveis de empregabilidade e população ocupada. Com o crescimento dos rendimentos médios sendo um dos principais fatores que contribuíram para o aumento da massa salarial.

Em outubro, o agronegócio encerrou o mês com superavit de US$ 11,85 bilhões, resultado que veio com queda de 3,35% em comparação com o mesmo mês em 2022. As exportações no setor atingiram os valores de US$13,21 bilhões, já as importações ficaram em US$ 1,36 bilhão. Esses resultados demonstram mais uma vez a força do agronegócio para o comércio internacional brasileiro, tendo sido beneficiado pelas quedas constantes da produtividade de grandes players de mercado.

Quanto a política de déficit zero adotado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as discussões parecem ter tomado um rumo até então de manter a proposta em pauta. Semanas atrás, com as críticas feitas pelo então presidente Lula, sobre perseguir a meta do déficit zero, acabou deixando o mercado apreensivo sobre qual seria a postura adotada pelo ministro da Fazenda.  Aparentemente o ministro Haddad conseguiu vencer o governo em uma queda de braço visando manter a política de deficit zero na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2024.

Na mesma medida, o ministro da Fazenda tentar encontrar formas de arrecadar ainda mais para tentar garantir o déficit zero das contas púbicas. Tendo de lidar com um executivo que não mede esforços para gastar o dinheiro público, vamos presenciar um estado inchado de acordo com históricos passados.

Com isso vem uma estabilização arrecadatória guiada pela curva de Laffer, onde os níveis de receita do estado já se encontram no limite máximo de arrecadação e mesmo assim, o contribuinte é severamente penalizado.

* Pedro Silvério é especialista em seguros e Previdência e consultor CPA20 com atuação no mercado financeiro há 3 anos. Atualmente é corretor de seguros e Sócio administrador da S3 Seguros e previdência.

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Por Pedro Silvério

Desde o último corte da taxa de juros realizada pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) no começo do mês de novembro, o mercado tem respondido de forma tênue frente aos cortes promovidos pelo comitê. Esse movimento pode ser sentido principalmente em áreas mais sensíveis a cortes de juros, com destaque para os setores de transporte e comércio, apurados nos dados do varejo.

O início que uma política mais expansionista celebrada pelo Bacen ainda nos revela uma certa timidez quanto aos próximos passos da política monetária no cenário doméstico. O BCB ainda entende que o cenário internacional está repleto de incertezas, em suma pela elevação das treasurys longas nos Estado Unidos.

Nos levando a crer que os movimentos de corte de juros da forma que estão acontecendo, sem uma sinalização clara de melhora dos indicadores inflacionários e cenário internacional, podem indicar medidas desesperadas.

Obviamente não é de interesse econômico perpetuar juros altos, uma vez que para que a economia comece a aquecer novamente é necessário um afrouxamento dos juros, mas cabe um posicionamento firme quanto ao estudo do terreno para os cortes.

Na ótica do cenário macro, os dados do mercado de trabalho demonstram estabilidade nos níveis de empregabilidade e população ocupada. Com o crescimento dos rendimentos médios sendo um dos principais fatores que contribuíram para o aumento da massa salarial.

Em outubro, o agronegócio encerrou o mês com superavit de US$ 11,85 bilhões, resultado que veio com queda de 3,35% em comparação com o mesmo mês em 2022. As exportações no setor atingiram os valores de US$13,21 bilhões, já as importações ficaram em US$ 1,36 bilhão. Esses resultados demonstram mais uma vez a força do agronegócio para o comércio internacional brasileiro, tendo sido beneficiado pelas quedas constantes da produtividade de grandes players de mercado.

Quanto a política de déficit zero adotado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as discussões parecem ter tomado um rumo até então de manter a proposta em pauta. Semanas atrás, com as críticas feitas pelo então presidente Lula, sobre perseguir a meta do déficit zero, acabou deixando o mercado apreensivo sobre qual seria a postura adotada pelo ministro da Fazenda.  Aparentemente o ministro Haddad conseguiu vencer o governo em uma queda de braço visando manter a política de deficit zero na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2024.

Na mesma medida, o ministro da Fazenda tentar encontrar formas de arrecadar ainda mais para tentar garantir o déficit zero das contas púbicas. Tendo de lidar com um executivo que não mede esforços para gastar o dinheiro público, vamos presenciar um estado inchado de acordo com históricos passados.

Com isso vem uma estabilização arrecadatória guiada pela curva de Laffer, onde os níveis de receita do estado já se encontram no limite máximo de arrecadação e mesmo assim, o contribuinte é severamente penalizado.

* Pedro Silvério é especialista em seguros e Previdência e consultor CPA20 com atuação no mercado financeiro há 3 anos. Atualmente é corretor de seguros e Sócio administrador da S3 Seguros e previdência.

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