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A Bolsa e o poder do tempo

"Se há algo que podemos concluir a partir de dados e da experiência de investidores mais bem-sucedidos é que o tempo joga a favor do investidor"

(Ricardo Moraes/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2021 às 16h15.

Por Patricia Palomo*

É comum ouvirmos que o investimento na bolsa de valores é indicado para pessoas jovens. Faz sentido, já que espera-se que os jovens tenham mais tempo de vida para manter investimentos e maior chance de obter retornos ao passar por ciclos positivos e negativos.

Um levantamento recente de dados brasileiros** mostrou que um investidor tem 52% de chance de ganhar dinheiro investindo em bolsa em um ano, possibilidade semelhante com a de um cara ou coroa. Esse número sobe para 65% quando considerado um período de cinco anos investidos e para 100% (já descontados custos e inflação) quando aplicados por 20 anos. O mesmo comportamento também é notado em mercados mais desenvolvidos.

Dessa forma, há de se supor que a maioria dos investidores na bolsa são jovens, correto? De fato, é isso que acontece: os dados da B3 mostram que quase 60% dos investidores atuais possuem entre 26 a 45 anos de idade. Já os investidores com idade acima de 56 anos representam apenas 15% do total das pessoas físicas que investem em renda variável.

Porém, quando observamos os mesmos dados pelo valor dos investimentos, o quadro muda bastante de figura. Mesmo sendo maioria, os jovens respondem por apenas 26% do valor investido na bolsa por pessoas físicas, enquanto os investidores com mais idade respondem por mais da metade – 53% do total.

Os dados disponíveis não trazem esse detalhamento, mas seria interessante analisar a distribuição dos valores e o ticket médio (ou o valor médio) detido por essa parcela dos investidores, para avaliar se o investimento é uniforme ou muito concentrado em poucos investidores.

Mesmo considerando algum grau de concentração nessas informações, se há algo que podemos concluir a partir desses dados e da experiência de alguns dos investidores mais bem-sucedidos na bolsa é que o tempo joga a favor do investidor.

Constância e paciência para construir patrimônio

É preciso paciência para a construção de patrimônio. O que pode parecer um contrassenso, já que as influências que os investidores recebem do mercado vão na linha de que devemos ter uma postura super ativa em relação aos nossos investimentos. Não à toa as carteiras recomendadas são alteradas todos os meses (às vezes até em menos tempo) e, se o investidor não acompanhar o movimento e não pegar toda a pernada de alta do “último criptoativo da moda” ou o “IPO foguete não dá ré”, certamente vai sentir aquela dor do Fomo (Fear Of Missing Out), nome dado ao medo de ficar de fora do movimento e nos sentirmos “excluídos”.

O que em geral não se fala é que talvez nem todos os investidores tenham talento e habilidade para se tornarem grandes analistas ou gestores de recursos, mas certamente todos os investidores podem desenvolver dois hábitos muito potentes para construção de patrimônio: constância e paciência.

Constância nos aportes regulares, principalmente no início, até que se torne um hábito natural. Aportes constantes ajudam o investidor a desenvolver disciplina financeira e fazem os juros compostos jogarem a seu favor.

Paciência para ver aquela decisão de investimento que o investidor tomou há algum tempo maturar e começar a dar frutos. Paciência também para entender que investir deve se parecer mais como observar a grama crescer.

Parece simples, mas não é fácil. A tentação da gestão ativa é grande, pois apela para nossa cognição e emoções, em especial ao nosso viés de ilusão do controle (onde o investidor acredita que consegue influenciar ou até mesmo controlar situações futuras através das suas decisões) e o excesso de confiança (pelo qual o investidor deposita uma confiança desmedida na precisão dos seus próprios julgamentos), que fazem com que acreditemos que devemos agir em determinadas situações embebidos de emoções, quando, na verdade, o que temos que fazer muitas vezes nessas situações é nada.

Investir movido pela emoção é um risco para qualquer estratégia de investimento. Conhecer as emoções que nos afetam e desenvolver senso crítico diante de todas as influências que recebemos, principalmente do mercado financeiro, são os primeiros passos para desenhar uma estratégia de investimentos robusta e consistente. E quando sentir que a emoção está dominando seu juízo, vá dar uma caminhada e aproveite para perceber que a grama continua crescendo.

**Levantamento efetuado pelo InvestNews, com base no histórico do Ibovespa.

*Patricia Palomo é economista, administradora de carteiras CVM e sócia da Sonata Gestão de Patrimônio. A Sonata é uma Gestora de Patrimônio Independente e focada em oferecer as melhores soluções para as famílias ou investidores individuais. Nascemos em 2010 focados no público feminino até fundar a Sonata Gestora em 2018. Nossa história diferenciada se pautou em transparência, independência, acesso, profundidade e agilidade. O cliente é sempre nossa prioridade. Com maestria buscamos a perfeita harmonia entre você e o melhor do mercado financeiro.

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Por Patricia Palomo*

É comum ouvirmos que o investimento na bolsa de valores é indicado para pessoas jovens. Faz sentido, já que espera-se que os jovens tenham mais tempo de vida para manter investimentos e maior chance de obter retornos ao passar por ciclos positivos e negativos.

Um levantamento recente de dados brasileiros** mostrou que um investidor tem 52% de chance de ganhar dinheiro investindo em bolsa em um ano, possibilidade semelhante com a de um cara ou coroa. Esse número sobe para 65% quando considerado um período de cinco anos investidos e para 100% (já descontados custos e inflação) quando aplicados por 20 anos. O mesmo comportamento também é notado em mercados mais desenvolvidos.

Dessa forma, há de se supor que a maioria dos investidores na bolsa são jovens, correto? De fato, é isso que acontece: os dados da B3 mostram que quase 60% dos investidores atuais possuem entre 26 a 45 anos de idade. Já os investidores com idade acima de 56 anos representam apenas 15% do total das pessoas físicas que investem em renda variável.

Porém, quando observamos os mesmos dados pelo valor dos investimentos, o quadro muda bastante de figura. Mesmo sendo maioria, os jovens respondem por apenas 26% do valor investido na bolsa por pessoas físicas, enquanto os investidores com mais idade respondem por mais da metade – 53% do total.

Os dados disponíveis não trazem esse detalhamento, mas seria interessante analisar a distribuição dos valores e o ticket médio (ou o valor médio) detido por essa parcela dos investidores, para avaliar se o investimento é uniforme ou muito concentrado em poucos investidores.

Mesmo considerando algum grau de concentração nessas informações, se há algo que podemos concluir a partir desses dados e da experiência de alguns dos investidores mais bem-sucedidos na bolsa é que o tempo joga a favor do investidor.

Constância e paciência para construir patrimônio

É preciso paciência para a construção de patrimônio. O que pode parecer um contrassenso, já que as influências que os investidores recebem do mercado vão na linha de que devemos ter uma postura super ativa em relação aos nossos investimentos. Não à toa as carteiras recomendadas são alteradas todos os meses (às vezes até em menos tempo) e, se o investidor não acompanhar o movimento e não pegar toda a pernada de alta do “último criptoativo da moda” ou o “IPO foguete não dá ré”, certamente vai sentir aquela dor do Fomo (Fear Of Missing Out), nome dado ao medo de ficar de fora do movimento e nos sentirmos “excluídos”.

O que em geral não se fala é que talvez nem todos os investidores tenham talento e habilidade para se tornarem grandes analistas ou gestores de recursos, mas certamente todos os investidores podem desenvolver dois hábitos muito potentes para construção de patrimônio: constância e paciência.

Constância nos aportes regulares, principalmente no início, até que se torne um hábito natural. Aportes constantes ajudam o investidor a desenvolver disciplina financeira e fazem os juros compostos jogarem a seu favor.

Paciência para ver aquela decisão de investimento que o investidor tomou há algum tempo maturar e começar a dar frutos. Paciência também para entender que investir deve se parecer mais como observar a grama crescer.

Parece simples, mas não é fácil. A tentação da gestão ativa é grande, pois apela para nossa cognição e emoções, em especial ao nosso viés de ilusão do controle (onde o investidor acredita que consegue influenciar ou até mesmo controlar situações futuras através das suas decisões) e o excesso de confiança (pelo qual o investidor deposita uma confiança desmedida na precisão dos seus próprios julgamentos), que fazem com que acreditemos que devemos agir em determinadas situações embebidos de emoções, quando, na verdade, o que temos que fazer muitas vezes nessas situações é nada.

Investir movido pela emoção é um risco para qualquer estratégia de investimento. Conhecer as emoções que nos afetam e desenvolver senso crítico diante de todas as influências que recebemos, principalmente do mercado financeiro, são os primeiros passos para desenhar uma estratégia de investimentos robusta e consistente. E quando sentir que a emoção está dominando seu juízo, vá dar uma caminhada e aproveite para perceber que a grama continua crescendo.

**Levantamento efetuado pelo InvestNews, com base no histórico do Ibovespa.

*Patricia Palomo é economista, administradora de carteiras CVM e sócia da Sonata Gestão de Patrimônio. A Sonata é uma Gestora de Patrimônio Independente e focada em oferecer as melhores soluções para as famílias ou investidores individuais. Nascemos em 2010 focados no público feminino até fundar a Sonata Gestora em 2018. Nossa história diferenciada se pautou em transparência, independência, acesso, profundidade e agilidade. O cliente é sempre nossa prioridade. Com maestria buscamos a perfeita harmonia entre você e o melhor do mercado financeiro.

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