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Pagamentos e investimentos descentralizados: o que esperar do open finance

Avanços no futuro próximo incluem compartilhamento de dados sensíveis que, até então, estava voltado para informações básicas como saldo e extrato bancário

Cristiano Maschio, CEO da Qesh (Divulgação/Divulgação)
Cristiano Maschio, CEO da Qesh (Divulgação/Divulgação)

Pagamentos no ambiente chamado de open finance já são mais comuns do que imaginamos. Em 2022, o pix - primeira modalidade disponibilizada pelo sistema financeiro aberto - foi o pagamento mais utilizado no Brasil, respondendo a 29% das transações realizadas. Em breve, outras formas de pagar e receber estarão disponíveis graças às novidades para o open finance no segundo semestre.

O Banco Central colocou em pauta o pix recorrente, usado para a cobrança futura de serviços de valores variáveis, como contas de luz e telefone. Ao mesmo tempo, devemos experimentar a partir de outubro o ‘open investments’, que incluirá seguradoras e corretoras, e permitirá a troca de informações de investimentos, câmbio, capitalização, previdência e seguros pessoais.

Esses são alguns dos projetos que devem ser acelerados nos próximos meses e que vão mexer com a vida (e bolso) dos consumidores. Isso porque produtos e serviços financeiros estão sendo escalados para estimular a concorrência, fomentar a inovação e oferecer mais poder de escolha aos clientes.

Avanços no futuro próximo incluem o compartilhamento de dados sensíveis que, até então, estava voltado para informações básicas como saldo e extrato bancário. A partir do segundo semestre espera-se que o histórico de crédito e informações de investimentos também sejam compartilhados. Isso permitirá a análise completa do perfil do consumidor, resultando em produtos e serviços personalizados.

O consumidor, por sua vez, terá cada vez mais autonomia e controle da sua vida financeira. Com o direito de transferir seus dados financeiros de uma instituição para outra, de forma rápida e segura, não precisaremos depender de uma única instituição e teremos maior liberdade para escolher onde desejamos manter nossas contas e investimentos.

Na outra ponta, o avanço do open finance abrirá portas para novos players no mercado financeiro, que poderão aproveitar os dados compartilhados para desenvolver soluções inovadoras. Nesta esteira, o setor de fintechs já é um dos maiores do mercado de startups, com mais de R$ 1,2 bilhões captados pelas mil e duzentas fintechs no Brasil.

Não há dúvida de que o futuro do setor financeiro será cada vez mais digital. A competição saudável e o estímulo à criatividade resultarão em serviços cada vez mais adaptados às necessidades dos usuários. Empresas que abraçarem essa transformação sairão na frente em termos de eficiência, produtividade e satisfação do cliente.