Mercado por elas: ainda vale a pena investir em imóveis?
Com aumento da Selic, aumentam também as dúvidas sobre a hora de investir ou não em imóveis
Idealizadora e diretora-presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário
Publicado em 5 de outubro de 2024 às 07h00.
Com a taxa básica de juros em alta, muitos se perguntam: ainda vale a pena investir em imóveis? A resposta, como mostra a especialista Daiana Pântano, é um sonoro "sim" - mas com ressalvas: o cenário atual pede mais cautela, estratégia e diversificação. O que não mudou é o fato de que imóveis continuam sendo uma das opções mais seguras a longo prazo.
A alta da Selic, hoje em 10,75%, traz desafios importantes. Primeiro, ela aumenta os custos da construção, já que insumos ficam mais caros com a inflação elevada. Segundo, encarece o financiamento imobiliário, reduzindo a capacidade de compra dos consumidores. E, por último, a alta dos juros torna a renda fixa mais atrativa, desviando os investidores do setor imobiliário para o mercado financeiro.
Em 2015, quando a Selic chegou a 14,25%, vimos o mercado imobiliário desacelerar fortemente. Com o atual cenário, os efeitos tendem a ser semelhantes. Quanto maior a Selic, mais lento fica o setor imobiliário, explica Pântano.
No entanto, Daiana ressalta que os imóveis são um investimento de longo prazo. A valorização imobiliária no Brasil chegou a superar a inflação em até 40%, segundo dados do Fipezap de 2023. Em momentos de crise econômica ou política, o mercado imobiliário se mostra mais resiliente do que outros investimentos, como ações ou até mesmo certos tipos de aplicação bancária.
Esse é um ponto crucial: imóveis não são para ganhos rápidos, mas para estabilidade e segurança ao longo dos anos. A volatilidade de outros mercados pode assustar, enquanto o "tijolo" segue como porto seguro para muitos investidores.
Nem todos os tipos de imóveis oferecem a mesma resiliência. Pântano destaca que imóveis voltados para locação de curta temporada têm se mostrado bastante resilientes, especialmente em momentos de alta da Selic. Contudo, é importante estar atento às regulamentações locais, já que não são todas as cidades que permitem esse tipo de locação.
Ainda assim, o conselho principal é diversificação. Colocar todos os recursos em imóveis não é recomendado, mesmo com o apelo de segurança desse investimento. Daiana lembra que, com a Selic em alta, a renda fixa também se torna atraente, chegando ao "número mágico" de 1% ao mês de retorno. Isso cria uma oportunidade interessante para quem souber equilibrar seus investimentos entre o mercado financeiro e o imobiliário.
Para aqueles que se sentem inseguros diante do cenário político e econômico atual, investir em imóveis ainda é uma opção sólida — mas é necessário fazer isso de forma estratégica. Escolher a localização correta, observar a infraestrutura e mobilidade urbana, e conhecer bem a empresa responsável pela construção são passos essenciais para minimizar os riscos.
Investir em imóveis é também uma decisão sobre quem auxilia nessa jornada. Contar com profissionais qualificados faz toda a diferença.
Uma última consideração essencial feita por Daiana Pântano é a importância de ter expectativas realistas. Não há “milagre” nos investimentos imobiliários. Promessas de duplicar o patrimônio rapidamente são ilusões propagadas por quem não entende o mercado ou tenta vender falsas esperanças. Um retorno de 1% ao mês já é excelente, e qualquer ganho acima disso deve ser visto com ceticismo.
No final, o "tijolo" continua sendo uma moeda forte, mas, como em todo investimento, exige conhecimento, planejamento e paciência. O mercado imobiliário segue como um porto seguro — para aqueles que sabem onde e como navegar.
Com a taxa básica de juros em alta, muitos se perguntam: ainda vale a pena investir em imóveis? A resposta, como mostra a especialista Daiana Pântano, é um sonoro "sim" - mas com ressalvas: o cenário atual pede mais cautela, estratégia e diversificação. O que não mudou é o fato de que imóveis continuam sendo uma das opções mais seguras a longo prazo.
A alta da Selic, hoje em 10,75%, traz desafios importantes. Primeiro, ela aumenta os custos da construção, já que insumos ficam mais caros com a inflação elevada. Segundo, encarece o financiamento imobiliário, reduzindo a capacidade de compra dos consumidores. E, por último, a alta dos juros torna a renda fixa mais atrativa, desviando os investidores do setor imobiliário para o mercado financeiro.
Em 2015, quando a Selic chegou a 14,25%, vimos o mercado imobiliário desacelerar fortemente. Com o atual cenário, os efeitos tendem a ser semelhantes. Quanto maior a Selic, mais lento fica o setor imobiliário, explica Pântano.
No entanto, Daiana ressalta que os imóveis são um investimento de longo prazo. A valorização imobiliária no Brasil chegou a superar a inflação em até 40%, segundo dados do Fipezap de 2023. Em momentos de crise econômica ou política, o mercado imobiliário se mostra mais resiliente do que outros investimentos, como ações ou até mesmo certos tipos de aplicação bancária.
Esse é um ponto crucial: imóveis não são para ganhos rápidos, mas para estabilidade e segurança ao longo dos anos. A volatilidade de outros mercados pode assustar, enquanto o "tijolo" segue como porto seguro para muitos investidores.
Nem todos os tipos de imóveis oferecem a mesma resiliência. Pântano destaca que imóveis voltados para locação de curta temporada têm se mostrado bastante resilientes, especialmente em momentos de alta da Selic. Contudo, é importante estar atento às regulamentações locais, já que não são todas as cidades que permitem esse tipo de locação.
Ainda assim, o conselho principal é diversificação. Colocar todos os recursos em imóveis não é recomendado, mesmo com o apelo de segurança desse investimento. Daiana lembra que, com a Selic em alta, a renda fixa também se torna atraente, chegando ao "número mágico" de 1% ao mês de retorno. Isso cria uma oportunidade interessante para quem souber equilibrar seus investimentos entre o mercado financeiro e o imobiliário.
Para aqueles que se sentem inseguros diante do cenário político e econômico atual, investir em imóveis ainda é uma opção sólida — mas é necessário fazer isso de forma estratégica. Escolher a localização correta, observar a infraestrutura e mobilidade urbana, e conhecer bem a empresa responsável pela construção são passos essenciais para minimizar os riscos.
Investir em imóveis é também uma decisão sobre quem auxilia nessa jornada. Contar com profissionais qualificados faz toda a diferença.
Uma última consideração essencial feita por Daiana Pântano é a importância de ter expectativas realistas. Não há “milagre” nos investimentos imobiliários. Promessas de duplicar o patrimônio rapidamente são ilusões propagadas por quem não entende o mercado ou tenta vender falsas esperanças. Um retorno de 1% ao mês já é excelente, e qualquer ganho acima disso deve ser visto com ceticismo.
No final, o "tijolo" continua sendo uma moeda forte, mas, como em todo investimento, exige conhecimento, planejamento e paciência. O mercado imobiliário segue como um porto seguro — para aqueles que sabem onde e como navegar.