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TI e estratégia de gestão: a nova fronteira para os líderes de tecnologia

Mais do que nunca, líderes precisam unir agilidade, dados e foco no cliente para impulsionar negócios e gerar resultados tangíveis

Breno Barros, CTO da Falconi (Claudio Belli/Divulgação)
Breno Barros, CTO da Falconi (Claudio Belli/Divulgação)
Breno Barros
Breno Barros

Publicado em 21 de outubro de 2024 às, 16h26.

Nos últimos anos, a função da área de TI mudou de forma significativa nas corporações: passou de um papel puramente técnico para ser o catalisador da estratégia de negócios. Tanto que em 2024, com as pressões econômicas sobre as empresas e a busca para maximizar o retorno sobre investimento (ROI), a ênfase na integração entre TI e negócios nunca foi tão crucial.

Ter a tecnologia como uma solução estratégica, porém, não é suficiente. Hoje, um novo desafio chega aos líderes da área de TI. É preciso ser cada vez mais ágil para garantir que as soluções digitais sejam centradas no cliente e orientadas por dados.

Segundo pesquisa do Gartner, em seu simpósio “O futuro da TI e dos negócios", 85% dos CIOs afirmam que suas responsabilidades agora incluem a promoção de iniciativas de negócios digitais. Há cinco anos, apenas 50% das lideranças de TI tinham esse objetivo em seus cards de metas.

Por conta dessa abordagem, corporações estão reestruturando suas equipes de tecnologia e incluindo talentos com experiências em finanças e recursos humanos, por exemplo, a fim de promover uma maior sinergia entre a TI e as demais unidades de negócios.

Diante desse contexto, para acelerar os ganhos de resultados e destravar valor, é recomendável que os programas de capacitação corporativos introduzam, além das competências técnicas, aprendizados de desenvolvimento de negócios. Isso irá permitir que os profissionais de TI compreendam melhor os processos empresariais e traduzam considerações tecnológicas em valor comercial.

E como “gerenciar é fazer acontecer”, conforme ensinou o professor Vicente Falconi em seu livro “O verdadeiro poder”, é necessário incluir métricas com mudança de incentivos. Não à toa, um relatório da IDC (“FutureScape: Previsões da Agenda Global dos CIOs para 2024”) indica que 72% das empresas incluem, agora, métricas de negócios em suas avaliações de desempenho de TI.

O fato é que muitas corporações já reformulam os programas de reconhecimento para recompensar iniciativas que impulsionem objetivos específicos de negócios. Ações desse tipo conectam o trabalho de TI diretamente aos resultados empresariais, promovendo uma cultura de tecnologia da informação verdadeiramente centrada nos negócios.

A transição para uma TI com foco nos negócios não está isenta de desafios. Os CIOs enfrentam dificuldades em cultivar uma mentalidade centrada no cliente entre desenvolvedores e equipes de suporte. Na pesquisa "The State of Customer Obsession 2024", a Forrester relata que apenas 40% das organizações conseguiram implementar com sucesso uma cultura de empatia com o cliente dentro de suas equipes de TI.

“É essencial que todos, desde engenheiros até desenvolvedores, entendam as necessidades práticas e emocionais dos clientes”, destaca o relatório.

Para superar esses desafios, empresas líderes dos seus setores estão adotando uma abordagem orientada por dados. Ferramentas de gestão de registros de clientes e soluções de visualização ajudam a unificar e analisar essas informações, oferecendo inteligência de negócios acionável.

Como relatado pela Gartner, o uso de plataformas de dados de clientes (CDPs) aumentou 60% entre 2023 e 2024, permitindo uma segmentação e personalização eficazes, o que melhora significativamente a experiência dos consumidores.

Dessa forma, a função da área de TI está em constante mutação, exigindo o equilíbrio entre habilidades técnicas e a compreensão dos negócios. Para alcançar resultados tangíveis, os CIOs e CTOs devem colaborar estreitamente com CEOs e CFOs, garantindo que as iniciativas tecnológicas não só apoiem, mas impulsionem a estratégia da empresa.

Com a correta integração de talentos, incentivos e tecnologias, as organizações podem esperar um impacto positivo tanto no topo quanto na linha de fundo, alinhando a TI diretamente aos objetivos comerciais.