Mozart Fogaça, vice-presidente da Superbac, no complexo fabril em Mangaduari: planos antecipados (Foto/Reprodução)
Em outubro de 2021, a reportagem da EXAME foi até o Paraná conhecer o nova fábrica da Superbac, empresa brasileira de biotecnologia. Na época, a companhia, cujo carro-chefe é o segmento de bioinsumos fermentados, estimava um faturamento próximo de 1 bilhão de reais. No entanto, com a avaliação do seu primeiro trimestre de vendas, o cenário mudou, e mudou para melhor: a Superbac deve faturar o dobro do previsto.
A razão para reavaliar a receita vem, sobretudo, dos reflexos negativos da guerra da Ucrânia sobre o mercado global de fertilizantes químicos. Cerca de 85% dos fertilizantes usados na agricultura brasileira vêm do exterior, de acordo com balanço da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). A maior parte, da Rússia, que é o maior exportador mundial de NPK — fertilizantes nitrogenados (N), fosfatados (P) e os de potássio (K).
Com isso, a empresa se tornou um trunfo para o agronegócio brasileiro, que atualmente, além da falta do produto importado, também está mais preocupado com os pilares do ESG. No fertilizante da Superbac, o NPK corresponde por apenas 50% do composto. O potencial é tanto que a companhia comandada por Luiz Chacon avalia que as bactérias que produz serão usadas como defensivo agrícola em 4,5 milhões de hectares no país até o fim deste ano, ante 3 milhões de hectares em 2021.
"Estamos com plena capacidade produtiva em um momento de alta demanda. Nosso cronograma de crescimento, estudado para 2023, certamente será antecipado", afirma Mozart Fogaça, vice-presidente da Superbac.
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