Ciência

Estudo na Holanda mostra impacto da síndrome da covid longa

Publicado na revista médica The Lancet, trata-se do primeiro relatório abrangente sobre da condição atípica dos infectados pelo coronavírus

Walkersville, Maryland United States - May 27:
Mallory Stanislawczyk, a disabled former nurse practitioner who suffers from post-COVID POTs, gives herself a saline infusion through a PICC line in her Walkersville, Md. home Friday May 27, 2022.  she administers these infusions three times a week. The 34-year-old mother of a three-year-old used to run and take her daughter on hikes, but after Stanislawczyks bout of long COVID, she often only has enough energy to watch TV and cuddle with her daughter. We were going to be that no TV family, Stanislawczyk said, but long COVIDs effects on her autonomic nervous system, making it hard for her to stand up and not pass out. Now, she has to use a wheel chair.

(Photo by Matt Roth for The Washington Post via Getty Images) (Matt Roth/Getty Images)

Walkersville, Maryland United States - May 27: Mallory Stanislawczyk, a disabled former nurse practitioner who suffers from post-COVID POTs, gives herself a saline infusion through a PICC line in her Walkersville, Md. home Friday May 27, 2022. she administers these infusions three times a week. The 34-year-old mother of a three-year-old used to run and take her daughter on hikes, but after Stanislawczyks bout of long COVID, she often only has enough energy to watch TV and cuddle with her daughter. We were going to be that no TV family, Stanislawczyk said, but long COVIDs effects on her autonomic nervous system, making it hard for her to stand up and not pass out. Now, she has to use a wheel chair. (Photo by Matt Roth for The Washington Post via Getty Images) (Matt Roth/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 8 de agosto de 2022 às 18h37.

Uma em cada oito pessoas que se recupera de covid-19 apresenta sintomas persistentes devido à doença pelo menos três meses depois, segundo um estudo que traz maior clareza sobre os males desencadeados pela pandemia.

Os cientistas usaram dados do maior estudo de acompanhamento da população holandesa para rastrear problemas de covid longa, como perda de olfato e dor no peito.

A proporção de participantes que tiveram um ou mais sintomas característicos foi de 21% entre os que pegaram covid, ante cerca de 9% nas pessoas que não pegaram, o que deixa cerca de 13% dos pacientes com sintomas que podem ser atribuídos ao coronavírus, de acordo com pesquisadores da Universidade de Groningen.

O estudo, publicado na quinta-feira, 4, na revista médica The Lancet, é o primeiro relatório abrangente sobre a covid longa, também chamado de condição pós-covid.

Ele faz ajustes para os sintomas que as pessoas tinham antes de serem infectadas e os que ocorrem na população em geral, disseram os autores. A pesquisa pode ajudar a formar uma ideia mais clara dos sintomas duradouros que afligem até 5 milhões de adultos somente nos EUA.

“Esta descoberta mostra que a condição pós-covid-19 é um problema urgente com um custo humano crescente”, escreveram Aranka Ballering e colegas da Universidade de Groningen.

Os dados fornecem uma demonstração única e “muito poderosa” dos efeitos de longo prazo da covid na saúde, disse Rachel Evans, professora do Instituto de Saúde do Pulmão da Universidade de Leicester, que não estava envolvida na pesquisa.

O estudo, realizado na região norte da Holanda, usou dados coletados de 76.422 participantes do final de março de 2020 até o início de agosto de 2021. Desde então, os riscos de covid longa foram reduzidos pelas imunizações e, mais recentemente, por tratamentos com medicamentos.

Mesmo assim, a rápida disseminação da variante ômicron significa que mais pessoas estão sendo infectadas, aumentando os casos de covid longa, disse Evans em entrevista.

A Organização Mundial da Saúde conta mais de 577 milhões casos de Covid-19 em todo o mundo desde 2020, com infecções diárias acima de 900.000.

“Uma em cada 20 pessoas que foram vacinadas três vezes e contraem covid ainda apresentarão sintomas três a quatro meses depois. Isso é muito”, disse Evans.

“Estou vendo pessoas infectadas em março de 2020 em minha clínica que ainda estão muito debilitadas. A maioria está em uma trajetória de melhora, mas é muito, muito lenta.”

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