Coronavírus nos EUA: país já tem mais de 335.000 mortos por causa da doença (U.S. Navy/Getty Images)
Thiago Lavado
Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 12h47.
Última atualização em 30 de dezembro de 2020 às 18h15.
Um artigo publicado na revista Science mostra os riscos envolvidos em grandes aglomerações durante a pandemia de covid-19. No final de fevereiro, enquanto as infecções nos Estados Unidos estavam apenas começando, uma conferência realizada em Boston levou a infecção para algo em torno de 205.000 e 300.000 pessoas em diferentes regiões do país.
Segundo os pesquisadores, o cálculo foi possível graças à análise genômica do vírus. Como havia poucos casos no país ainda, eles foram capazes de coletar e traçar informações de 772 genomas do Sars-Cov-2, o causador da covid-19, pelo país.
Inicialmente, acreditava-se que a conferência em questão havia sido responsável por 100 casos, diretamente associados ao evento. No entanto, uma análise interestadual dos casos apontou que, ao final da condução do estudo, havia 50.000 casos relacionados ao evento em Boston.
"Até 1° de novembro estimamos que um total de 245.000 [205.000 - 300.000] casos marcados ao G2416T e 88.000 [56.000 - 139.000] casos marcados pelo G26233 estavam ligados à conferência nos Estados Unidos", disseram os pesquisadores no estudo, citando a prevalência de genes inicialmente encontrados no evento em centenas de milhares de casos posteriores.
De acordo com a pesquisa, como o evento em Boston tinha características empresariais e de negócios, o vírus acabou sendo "exportado". "Produziu transmissão comunitária e foi espalhado de maneira regional, nacional e internacional."
O artigo é um alerta importante no final de ano, com muitos eventos acontecendo para celebrar a virada para 2021, os quais podem levar a grandes disseminações da infecção.