Ciência

Certas regiões do cérebro podem ajudar a controlar a fadiga, diz pesquisa

Pesquisa realizada pela Universidade John Hopkins descobre regiões cerebrais que ajudam a controlar o cansaço extremo

Fadiga: pesquisadores descobrem que algumas regiões cerebrais ajudam a controlar a fadiga (AntonioGuillem/Thinkstock)

Fadiga: pesquisadores descobrem que algumas regiões cerebrais ajudam a controlar a fadiga (AntonioGuillem/Thinkstock)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 30 de agosto de 2020 às 09h00.

Última atualização em 30 de agosto de 2020 às 10h11.

Uma nova pesquisa descobriu que o controle de algumas regiões específicas do cérebro podem ajudar a controlar a fadiga, que é uma condição de cansaço constante.

Realizada por cientistas da Escola de Medicina da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, a pesquisa indica que estratégias comportamentais podem ser utilizadas para identificar quais mecanismos neurais contribuem para fadiga em pessoas com outros problemas de saúde.

Vikram Chib, assistente de engenharia biomédica da universidade, disse em nota que os sentimentos relacionados com a fadiga ainda são pouco explorados. "Conhecemos os processos fisiológicos envolvidos na fadiga, como o acúmulo de ácido lático nos músculos, mas sabemos muito menos sobre como os sentimentos de fadiga são processados ​​no cérebro e como nosso cérebro decide quanto e que tipo de esforço fazer para superar a fadiga".

O assistente acrescentou que, para o estudo, foi necessário conhecer quais regiões do cérebro humano controlam as escolhas sobre a fadiga. Chib desenvolveu uma nova maneira de quantificar como as pessoas experienciam a fadiga, o que pode variar de indivíduo para indivíduo.

Para simplificar, Chib pediu que 20 participantes respondessem a questões relacionadas com esforços físicos. Com idade média de 24 anos, as vinte pessoas foram classificadas entre zero esforço e 50 unidades de esforço. Se baseando em qual opção o participante escolheu, os cientistas utilizaram programas pra medir como eles se sentiam diante dos exercícios.

"Sem surpresa, descobrimos que as pessoas tendem a ser mais avessas ao risco - para evitar - o esforço", disse Chib. “A quantia predeterminada teve que ficar muito alta no esforço relativo para que os participantes escolhessem a opção de cara ou coroa”.

Duas áreas que foram identificadas por aumentar a sensação de fadiga no ser humano foram a ínsula e o córtex motor, sendo que este último é desativado no momento que os indivíduos escolhem o tipo de esforço que querem realizar.

A descoberta indica que a fadiga pode surgir de um desequilíbrio entre o que o indivíduo pensa que consegue realizar - em relação aos exercícios físicos - e o córtex motor. Quando o corpo e o córtex estão em sintonia, significa que o indivíduo está sofrendo de fadiga.

Segundo Chib, sua pesquisa pode dar início a uma série de buscas por terapias físico-químicas para ajudar a tratar condições relacionadas com a fadiga, achando, assim, um caminho alternativo para quem sofre com a doença.

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