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Novela "Pantanal" vira tema de bloco em carnaval de rua no Rio de Janeiro

Apesar da decisão da prefeitura, cidade amanhece com cortejos pelas ruas que movimenta a Zona Portuária e a Cinelândia

Personagem Juma Marruá, interpretado pela atriz Alanis Guillen (TV Globo/Divulgação)

Personagem Juma Marruá, interpretado pela atriz Alanis Guillen (TV Globo/Divulgação)

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AO

Agência O Globo

Publicado em 21 de abril de 2022 às 11h20.

Última atualização em 21 de abril de 2022 às 12h15.

A novela Pantanal, da TV Globo, virou tema de um cortejo que iniciou a jornada de blocos na cidade do Rio, na manhã desta quinta-feira, 21. Apesar da decisão da prefeitura do Rio de não garantir a estrutura necessária para que os carnavalescos curtam uma das festas mais tradicionais, os foliões se fantasiaram de personagens que fazem parte da narrativa da obra de Benedito Ruy Barbosa e saíram da praça ao lado do AquaRio, seguindo por toda a Zona Portuária.

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Com o nome de “Pantanal Gostoso Demais”, o grupo de músicos com pouco mais de dez pessoas, em minutos, gerou um movimento que atraiu foliões de pernas de pau, muitas “onças” e o personagem principal da novela.

Curtindo as tradicionais marchinhas de Carnaval, o professor de história Fabiano Lima decidiu ir com a fantasia de Jove, um dos personagens da obra.

"Não consigo acompanhar o ritmo das séries e prefiro as novelas. Como eu tinha uma onça de pelúcia, decidi vir como Jove, aí fiz uma câmera de papelão e vim brincar com o pessoal", disse Lima.

De acordo com a temática da festa, o que mais se via eram pessoas com roupas de oncinha. Alguns em referência ao antigo bloco "Amigos da onça" e outros para combinar com o tema da folia.

À procura da folia na Cinelândia

Antes de curtir a folia, é preciso encontrá-la. E a procura começou cedo para Yuri Baptista, que caminhou por mais de 20 minutos atrás do bloco “Amores Líquidos”. O folião, que não pode pegar o VLT por estar sem camisa, disse que nada vai estragar a sua paz e vontade de aproveitar o carnaval.

E a caça aos blocos pode virar uma saga para driblar as alterações no trânsito. Tatiana Maciel, Lilian Lacerda e Janaína Araújo encontraram o "Mistério há de pintar", em homenagem a Gilberto Gil, após saírem da festa Manie Dançante, desde as 23h no Santo Cristo. A saga incluiu encontrar alternativas às ruas fechadas, que dificultaram o acesso no dia de folia. Elas caminharam até a Glória para então pedir um carro de aplicativo até a Cinelândia.

Janaína Araújo, que trabalha como secretária, não abre mão de fazer as suas próprias fantasias. Ontem preparou o cocar verde que está usando e já tem mais fantasias preparadas para os próximos dias de Carnaval. Enquanto aguarda o início do bloco, ela dá uma volta de bicicleta para manter a energia e não deixar o sono chegar. E a agenda delas não para, com o bloco Bonytos de Corpo, também na Cinelândia, nesta sexta-feira.

Segundo Diana Almeida, uma das diretoras do bloco, o "Mistério há de pintar" foi criado em 2019 e só tinha desfilado em 2020, e então veio a pandemia de covid-19.

"São momentos difíceis para músicos e artistas como a gente. Ficamos sem energia com a pandemia e a situação que o governo nos colocou, mas chegar aqui e ver todas essas pessoas passa a tristeza. Não esquecemos, mas melhora. O Carnaval é sim para curtir muito, mas também é momento de luta e por isso homenageamos o Gilberto Gil", conta Diana.

O bloco traz um jogral para repetir com os foliões, como disse Gilberto Gil, enquanto ministro da Cultura:

“A cultura é o espaço da experimentação

Da abertura para a criatividade popular

Da aventura e da ousadia

O espaço da memória e da invenção”

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